Imagem da artista plástica Ilonessa
Cada escola possui uma cultura diferente. Mesmo dentro da mesma cidade ou do mesmo bairro, as escolas reafirmam e hierarquizam um conjunto de valores que diferem muito uns dos outros. As crianças (e mesmo os profissionais mais antigos) que começam numa escola desde pequenininha tendem a naturalizar o que para o novato é da ordem da cultura.
Depois de estudar em quatro escolas diferentes na educação infantil, minha filha desenvolveu um olhar muito observador que embora seja um recurso útil para a adaptação, não deixa de ser sofrido na medida em que aumenta o sentimento de não-pertencimento. Ela sabe que existem várias verdades e várias formas de organizar prioridades.
A família nômade tende a se fechar nela mesma. Sanduíche de família _ é como nos apelidamos. Alguns valores próprios da minha família não são negociáveis em contexto algum e foi necessário explicar que é preciso respeitar o outro, mas que somos diferentes. Foi assim que passamos pelos ambientes mais tradicionalmente católicos sem nos tornarmos uma família católica.
Algumas escolas, especificamente, tratam de fechar seus muros e fazerem-se pequenas. Em alguns anos, os alunos tornam-se parecidos até mesmo fisicamente. Para isso, as instituições tratam de incutir nos pais essa mesma mentalidade. Algumas se utilizam de recursos como intimidação em público para banir qualquer tentativa de questionamento ou mesmo de uma forma diferente de ver o mundo. Quanto mais fechada é a escola, mais o novato lhe sugere uma ameaça. Ainda que seja impressindível que uma escola tenha uma identidade e não seja um aglomerado amorfo, é preciso lembrar que a tolerância e a abertura para lidar com o diferente são desafios muito contemporâneos.
Para sobreviver num ambiente tão fechado assim, é preciso fazer uma conversão. Como em alguns rituais religiosos, os cabelos são cortados e é deixado para trás o passado, a história daquela criança.
Para quem é nômade, nada mais sofrido, já que com contextos tão mutáveis, é a própria mudança que define a nossa identidade. Sem nossos "cabelos" não temos mais história, já que para o nômade aquela cultura presente também é transitória.
Depois de estudar em quatro escolas diferentes na educação infantil, minha filha desenvolveu um olhar muito observador que embora seja um recurso útil para a adaptação, não deixa de ser sofrido na medida em que aumenta o sentimento de não-pertencimento. Ela sabe que existem várias verdades e várias formas de organizar prioridades.
A família nômade tende a se fechar nela mesma. Sanduíche de família _ é como nos apelidamos. Alguns valores próprios da minha família não são negociáveis em contexto algum e foi necessário explicar que é preciso respeitar o outro, mas que somos diferentes. Foi assim que passamos pelos ambientes mais tradicionalmente católicos sem nos tornarmos uma família católica.
Algumas escolas, especificamente, tratam de fechar seus muros e fazerem-se pequenas. Em alguns anos, os alunos tornam-se parecidos até mesmo fisicamente. Para isso, as instituições tratam de incutir nos pais essa mesma mentalidade. Algumas se utilizam de recursos como intimidação em público para banir qualquer tentativa de questionamento ou mesmo de uma forma diferente de ver o mundo. Quanto mais fechada é a escola, mais o novato lhe sugere uma ameaça. Ainda que seja impressindível que uma escola tenha uma identidade e não seja um aglomerado amorfo, é preciso lembrar que a tolerância e a abertura para lidar com o diferente são desafios muito contemporâneos.
Para sobreviver num ambiente tão fechado assim, é preciso fazer uma conversão. Como em alguns rituais religiosos, os cabelos são cortados e é deixado para trás o passado, a história daquela criança.
Para quem é nômade, nada mais sofrido, já que com contextos tão mutáveis, é a própria mudança que define a nossa identidade. Sem nossos "cabelos" não temos mais história, já que para o nômade aquela cultura presente também é transitória.
Nós somos hoje uma família de malas prontas, um pouco paranaenses, um pouco mineiras. Um pouco montesclarenses, um pouco divinopolitanas. De volta definitivamente a Belo Horizonte, não somos mais completamente belorizontinos e precisamos por isso de uma escola com horizontes bem abertos para diferenças.
Acho que encontrei esse lugar!
Acho que encontrei esse lugar!
_Cibele_
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