domingo, 21 de março de 2010

Contos populares 5: Contos de Origem e Contos de Peleja

Só pra fechar essa série:

Os contos de origem são os mais antigos de todos e já aparecem em culturas muito primitivas, explicando como surgiram seres, objetos, eventos ou características. “A Festa no Céu”, que a Cibele citou aqui, é um deles. “As cores das aves” é outro, maravilhoso, bem típico da tradição oral (esse eu escrevi há pouco tempo, a Paula Juchem ilustrou de um jeito bem particular, e agora está no prelo de uma novíssima editora paulista -vou já atiçando a curiosidade de vocês hehe).

O grande manancial de lendas do folclore cristão (contos de milagres, de obras, de natureza etc) traz esses componentes, bem como a maioria das lendas indígenas brasileiras. A lenda da noite, a da mandioca, a lenda das montanhas-irmãs são alguns exemplos… As lendas gregas e africanas também fazem muita referência à origem. Os contos de origem têm um certo aporte místico, e são associados a divindades e/ou entidades, ao “começo do mundo”, a um tempo fictício, embora não sejam contos religiosos.

Já os contos de peleja narram epopéias, batalhas, lutas, armações, dificuldades quase insuperáveis de algum personagem (que acaba se transformando em herói) pra vencer as forças da natureza, vilões, o destino ou o que quer que seja, em nome de um ideal. A literatura de cordel, típica do nordeste brasileiro, usa e abusa desses componentes associando-os a uma linguagem em versos incomparável.

cordel

Enfim, essa classificação é meio didática e na realidade todas as modalidades se entrelaçam no emaranhado de narrativas universais e milenares, transmitidas de pai pra filho através dos tempos, dentro da cultura popular. Não é à-toa que esses contos sobreviveram, mesmo através de períodos em que não se contava nem menos com a palavra escrita. Eles têm um sentido fortíssimo dentro dos arquétipos da Humanidade.

_Claudia_

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