obra do austríaco Waldmüller retirada do sensacional blog de imagens Imagens e Letras.
Esse post da Clau me lembrou o Thompson, Edward Palmer Thompson, um dos historiadores mais importantes de todos os tempos que, apesar disso, e vai ver até por isso mesmo, é um não-acadêmico. Pois então, o Thompson faz uma distinção super oportuna entre costume e tradição. O costume, ele diz em Costumes em Comum - Estudos sobre a Cultura Popular Tradicional, “longe de exibir a permanência sugerida pela palavra tradição, era (ele tá falando do século XVIII) um campo para a mudança e a disputa, uma arena na qual interesses opostos apresentavam “reinvindicações conflitantes.” Por essa razão ele sugere que se tenha cuidado com o termo “cultura popular” que pode sugerir uma “perspectiva ultraconsensual”, como um conjunto de significados partilhados.
Já há bastante tempo o termo “folclore” foi substituído por “cultura popular” para realçar a dimensão analítica que superava a ideia do colecionador de aspectos culturais desvinculados de seu contexto. Eu ainda utilizo folcore em contexto muito específicos, mas Thompson sugere um passo a mais...repensar a cultura sob a luz dos costumes. Ele segue contando do paradoxo que é a dimensão rebelde da cultura tradicional, que resiste em nome do costume e contra as inovações da economia (ele continua falando do século XXVIII, mas me parece muito oportuno).
O brincar e a cultura popular, então, se rebelam contra as datas comerciais e, por outro lado, dentro dessa tradição, coabitam inúmeras vozes e costumes não necessariamente consensuais. Mesmo uma só pessoa não é uníssona, mas ambígua, o que nos permite por exemplo, de vez em quando, ter uma experiência repleta de sentidos mesmo num mundo de plástico. O que me permitiu por exemplo, encarar a fila para comprar presentes para os meus filhos. Já reinvindicava uma amiga sumida, hilária e sabida, a Surya, que lhe exigir coerência aí também era demais!
O brincar e a cultura popular, então, se rebelam contra as datas comerciais e, por outro lado, dentro dessa tradição, coabitam inúmeras vozes e costumes não necessariamente consensuais. Mesmo uma só pessoa não é uníssona, mas ambígua, o que nos permite por exemplo, de vez em quando, ter uma experiência repleta de sentidos mesmo num mundo de plástico. O que me permitiu por exemplo, encarar a fila para comprar presentes para os meus filhos. Já reinvindicava uma amiga sumida, hilária e sabida, a Surya, que lhe exigir coerência aí também era demais!
Fiquei boba quando vi que aqui no Quintarola a gente já tinha tags pra costumes e cultura popular!!!
E me lembrei do Benjamim...mas ele tava no post Um Minuto de Silêncio, então, cumprindo a promessa, deixo pra semana que vem.
_Cibele_ que acha dificílimo fazer voto de silêncio...aliás, qualquer voto
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