terça-feira, 23 de novembro de 2010

O fácil e o difícil, o pronto e o inacabado…

Queridos pais e mães leitores, me dêem licença. Maaaas... é uma pergunta que não quer calar. E ao mesmo tempo um lamento depois de tantas experiências negativas.

Por que os pais e mães de crianças pequenas e nem tão pequenas (e sua extensão, alguns educadores) são tão vaidosos? Por que querem/exigem o resultado da produção perfeita, certinha, lustrada, “reparada” dos filhos/alunos? Será que não percebem que “consertando aqui, mexendo ali, ajustando acolá" tiram completamente a autenticidade dos trabalhos das crianças? Que exigir o término, marcar o tempo pode tirar a força da obra? E mais, que centrando-se sobre o resultado tiram delas a chance imperdível de viver a grandeza do PROCESSO?

Escutem, queridos pais, o que diz uma educadora meio "passada" mas ainda na ativa. Muitas vezes as crianças não se importam em terminar um desenho, uma construção, até um texto. Porque se divertem e crescem ENQUANTO trabalham, enquanto produzem, enquanto criam, sem a pressão, a vaidade e a pressa de ter de terminar. Muitas vezes também o “fácil” (geralmente o que vem amarradinho em métodos didáticos definidos) não agrada nem desafia, e elas preferem o “difícil”, o desconhecido, o a-construir. Preferem inventar novos modos, novas possibilidades, novas combinações.

Se a gente deixa, eu juro! a criança não PRECISA terminar. Nem menos pega o caminho mais curto, mais pragmático, mais apressado. Se a gente aceita, elas generosamente nos oferecem um resultado muito diferente do esperado: o inusitado de sua constante descoberta.

Tentem!

_Claudia_

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