Achei bacana essa discussão aqui. A gente já tinha conversado sobre esse assunto aqui no Quintal, a Ci e eu com opiniões um pouco diferentes, uma botando argumentos pra outra refletir. Acho que esse link pode botar mais sal na nossa salada. Vê aí, sócia, principalmente o bate-bola entre autor e comentaristas.
_Claudia_
5 comentários:
Ah, é um problemão né, Clau e falar sobre ele sem ter dados da complexidade da situação é um risco, mas vamos lá...eu tb acho que um plano de carreira mais eficaz é bacana, mas a forma como essas políticas abordam unilateralmente a questão é de doer. é como se o professor de escola pública fosse responsável pelo problema da educação. Isso mata qualquer idealista mesmo e, convenhamos, acho que só mesmo eles restaram dentro das salas de aula das escolas públicas.
Embora as greves me pareçam um recurso esgotadíssimo...Esse Dimenstein, sei não...
Cibele (olha lá o romãozinho aprontando com meu perfil de novo!)
Aaai! Estou desiludida. Meus heróis ou morreram de overdose ou viraram "esse"! =(
Eu adoro o Dimenstein, o Marcelo Coelho, a Danuza Leão,o Chico Buarque, o Caetano, a Costanza Pascolatto e um monte de outros "esses" que têm sido contestados veementemente por pessoas cobertas de razão. Tá. Eles são burgueses. Mas eu sou o quê? Mesmo achando feio.
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Lembro de quando fui pela primeira vez a Araçuai trabalhar com as educadores crecheiras do Vale. Cheguei cheia de preconceitos (achei que elas seriam ignorantes e mal-educadas) e de ícones burgueses que elas estranharam (piercing no nariz, cabelo vermelho, roupa do Ronaldo Fraga). Logo de cara percebi que não era nada disso. Nunca vi gente mais inteligente na vida, mais receptiva. Livre dos preconceitos e ultrapassados os ícones, a interação foi imediata. E eu que fui pra ensinar, acabei foi aprendendo. Tá, passei umas informações sobre História da Arte e algumas técnicas de Educação Artística pra elas. Mas o que elas fizeram com essas parcas informações é que foi realmente construção de Saber.
Ooooou seja: nós burgueses somos cheios das opiniõies que a Academia nos deu, mas só quem tá com a mão na massa do Ensino Público no Brasil sabe realmente onde é que o galo canta. Precisa estar afinado com esse povo precioso pra dizer isso ou aquilo da Educação.
Ahh, sobre essa coisa de plano de carreira, etc. O problema é que teoricamente é ótimo. Tenho uma amiga educadora que mora na Suiça. Depois que ela terminou o Doutorado o salário dela triplicou. Claro que estimula. As pessoas que trabalham com crianças com habilidades diversas também são super valorizadas (aqi na Itália botam as menos experientes ou capazes como "insegnante di sostegno" - reles acompanhantes). Enfim, teoricamente funciona essa coisa do mérito. Mas que tem cheiro de tratar professor igual rato de laboratório, sem ver a complexidade da situação, tem mesmo.
Xiii, Clau, seus heróis foram tragados sem tragar nada... há!
A diferença é que aferir o mérito em condições de trabalho ruins é o fim da picada, né? Os resultados de um professor que trabalha com alunos nutridos, com acesso a um universo enorme de possibilidades é muito diferente do resultado de um professor que trabalha sem condições materiais e imateriais...não há igualdade de condições... Funciona na Suíça mesmo, mas aqui ainda temos muito caminho pra percorrer. Não que eu seja contra o plano de carreiras, muito antes pelo contrário, mas temos de ter muito cuidado...
Também acho. Se não tem as condições justas, não dá.
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