terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O ritmo das coisas

Outro dia, escrevi no Facebook que "depois de fazer alguma coisa bem difícil, fica ainda mais difícil fazer coisas fáceis, porque nada se quer fazer". Assim, com essas palavras ou de forma similar. O que importa é que eu ando em ritmo de férias, quase sentindo o cheiro do mar e a textura da areia sob meus pés. Ontem, perdi um compromisso importante.
Fui tomar um chá com uma amiga dia desses e ouvi na mesa ao lado um diálogo genial:
_O que você vai levar para ler nas férias?
_Ulisses e Sabrina.
Mais ou menos assim...não digo que eu não vá escrever uma linha sequer, nem abrir nenhum livro dissertativo, mas se o fizer, será por puro prazer e de um jeito diferente. Lendo o fim antes do início, recitando o índice, vendo as gravuras demoradamente, pulando as notas chatas...
É o que acontece com aqueles que sentem muito prazer com o próprio trabalho. Vez em sempre as coisas se embaralham.
Com o Quintarola não será diferente. Não me comprometo a ser leve. Nem a falar sério. Meu comprometimento agora é com o ritmo das coisas.
_Cibele_

2 comentários:

Claudia Souza disse...

Daniel Pennac disse que não existe imperativo para o verbo ler, como para o verbo amar e o verbo sonhar...

Cibele disse...

Ele devia estar pensando num tipo específico de leitura, a leitura literária, e mais que isso, numa determinada apropriação dessa literatura.

Na leitura dissertativa (ou numa apropriação espécífica dessa literatura) há muitos imperativos e eu estaria longe de dizer que isso é ruim.

Para partilhar a experiência da leitura, uma das coisas mais bacanas que a literatura pode nos proporcionar, o imperativo é fundamental, o imperativo do outro.

E essa é uma das coisas mais bacanas que a academia pode dar pra gente. Nesse sentido eu me acho muito acadêmica. Ter com quem conversar sobre a leitura é tão bacana pra mim, quanto a experiência solitária que é ler.

: )

Gastei os 3% de HD que estão funcionando aqui...hahahaha

 
BlogBlogs.Com.Br