quinta-feira, 30 de junho de 2011

Alô, alô, produtores de BH

O Barbatuque vai estrear seu primeiro espetáculo para o público infantil no Tucarena em SP. A temporada vai do dia 02 de julho e 07 de agosto (exceto dia 16/07), aos  sábados e domingos às 16h.

 

Tum-pá

Aposto que os belorizontinos compareceriam em peso!

Valeu a dica, querida-Giu-Xavier!

_Cibele_

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Parque de Diversões

A Globo descobriu tudo e fez uma série de quadros no Fantástico sobre o que já tínhamos desconfiado aqui no Quintarola. A verdade sobre as brincadeiras do parque de diversões e o que há por trás de tanto doce e cores primárias. O nosso post aqui e a série do Fantástico, acolá.

_Cibele_ pensando em uma medida lúdica

terça-feira, 28 de junho de 2011

Enquanto a Cibele se prepara…

Me lembrei de dois exemplos de medidas lúdicas em Educação.

1) Numa classe de Maternal I é muito comum que as crianças se mordam umas às outras. Já escrevi um artigo sobre isso, que foi publicado e re-publicado em todo tipo de site. Algumas crianças são mais mordidas que outras por diversos motivos, geralmente as que são mais “fofinhas” e que permitem maior aproximação. Difícil pros pais entenderem isso, principalmente se são pais de primeira viagem, que tendem a ser mais hiper-protetivos. Numa dessas situações, um pai sofria terrivelmente cada vez que seu filho era mordido na escola. E o menino era cada vez mais mordido. Um dia, a professora vai entregar o menininho pro pai no portão. Ele observa que o filho tinha nada menos que três sinais de mordidas, dois nos braços e um na bochecha. Olha pra professora com ar de desespero, e quase chorando diz:

- Mas o que é isso? Como você deixou que isso acontecesse?

E ela:

- Desculpe, pai, eu também queria dar uma mordida nele, afinal é tão fofinho e carinhoso. Mas não tinha mais espaço.

O pai me contou como essa medida lúdica o ajudou a compreender a situação e a ver a mordida com os olhos das crianças, sem a violência que nós adultos geralmente percebemos nela. Depois dessa constatação, “inexplicavelmente” a criança começou a se defender melhor e a avitar as mordidas dos colegas, sem contudo perder seu caráter afetuoso.

2) Uma mãe controlava bem de perto a alimentação do filho de 3 anos, evitando açúcar, guloseimas, etc. Seu lanche era especial e ela tinha orientado a escola de suas escolhas dietéticas, que eram sempre cumpridas à risca. Um dia, porém, durante uma festinha de aniversário de uma colega na escola, a mãe da aniversariante, não sabendo da situação, serviu coca-cola ao menino, antes mesmo que a professora pudesse intervir em contrário. A professora então achou por bem não retirar a bebida dele bruscamente para não chamar a atenção, deixou-o provar e depois, com muita delicadeza, substituiu o copo por suco de fruta, perguntando-lhe se queria “beber mais alguma coisa”. O menino continuou se divertindo na festinha e tudo parecia tranquilo. No dia seguinte, a mãe entrou com um passo pesado na escola para falar com a coordenadora. Estava muito aborrecida.

- Eu soube que meu filho ontem foi aplicado na coca-cola. – disse, franzindo as sombrancelas. Ao que a coordenadora respondeu sem titubear:

- Não se preocupe, o copo era descartável.

Através desta medida lúdica a mãe percebeu seu exagero, pôde pensar no caráter social dos alimentos e rever muitos conceitos que tinha estabelecido rigidamente para si mesma e para o filho.

_Claudia_

domingo, 26 de junho de 2011

E aí vai o meu desafio pra você

Cibele Carvalho, você tem UMA SEMANA para:
  • Pensar em uma situação desagradável ou injusta ou absurda enfim, que você gostaria de mudar;
  • Selecionar uma medida lúdica para resolvê-la ou ao menos explicitá-la, fazer refletir sobre ela, é claro, dentro dos parâmetros da ludicidade;
  • Planejar a medida;
  • Executá-la e ...
  • Fotografar e/ou narrar os resultados, postando-os aqui!
Tá valendo a partir do momento em que você ler este post!
Beijocas! =)

_Claudia_ (esse é só o primeiro, depois vou te dar temas cabeludos pra escrever hehe)

sábado, 25 de junho de 2011

Resposta mais rápida que um gatilho: Infância e infâncias

girotondo

Uma coisa que aprendi com os anos, Ci. O melhor modo de enfrentar questões complexas como esta que você me coloca é não complicar muito e divagar.

Divagando – isto é, sendo duas vezes vaga hehe – eu já começo duvidando da colocação arièsiana de que a infância é um conceito tardio na história da humanidade. Sei não, tenho lido outras vertentes e estou quase convencida de que esse conceito existe desde o início, só que não interessava, por motivos diversos, reconhecê-lo e dar-lhe o valor devido, já que isso significaria tratar as crianças em modo mais decente (como nunca foram tratadas, idade contemporânea incluída). Mas bem, só isso já daria um artigo e não cabe num post então deixo só a poeira levantada e parto já pra coisa da universalidade da infância.

Também divagando tendo a considerar em relação dialética e muito retro-alimentadora os efeitos de cultura e biologia na constituição da(s) infância(s). As duas colaborando mutuamente, nem mais nem menos pra cada lado. Daí que, no que tem de biologia sobressaem as semelhanças (a universalidade) entre as diversas infâncias, no que tem de cultural sobressaem as diferenças.

“Na nossa espécie” – diz Barbara Rogoff - “cada geração vem ao mundo predisposta a adotar os usos e costumes dos nossos antepassados, graças à condivisão de uma série de atividades promovidas culturalmente”.

Eu acho as crianças italianas muito diferentes das brasileiras. Uma coisa que chama muito a atenção é como as crianças brasileiras se comunicam principalmente com o corpo e só depois estabelecem um contato verbal. Com as crianças italianas ocorre justamente o contrário: são capazes de uma retórica impressionante desde o primeiro contato, mas só depois de muita convivência começam a se expressar corporalmente. São mais contidas, mais obedientes, mais preocupadas com a opinião do adulto sobre suas produções. Até sua brincadeira é mais contida, mais limitada. É muito mais fácil trabalhar com as crianças italianas que com as brasileiras, por um lado, mas muito mais difícil por outro, porque eu fico sempre querendo provocá-las pra ver se conseguem “sair da toca” e compreender que podem participar do processo de construção de regras, por exemplo. (Aliás, isso é outra coisa que chama a atenção aqui, o modo impessoal com que as regras são colocadas).

Você vê como cada frase desse post daria outros e mais outros…

_ Claudia _

Paesaggio bimbo1

PS.: Sobre o sol, a resposta é SIM, as crianças daqui também desenham e muito o solzinho estereotipado no canto da página ou no alto. A representação desses ícones (sol, árvore, montanhas, casa) não varia muito não, e parecem não estar em relação com o que vêem no ambiente, mas com símbolos mais profundos.

Deixo um link de um site de desenhos de crianças italianas retratando paisagens.

http://www.arteinfantile.it/paesaggi.htm

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Primeira medida lúdica quinteira: um desafio

Seguinte. Eu e a Clau inventamos um jeito de postar diferente que vai ser assim. Como num repente, num desafio, cada uma propõe um tema pra outra desenvolver.




Vou ser a primeira porque de longe não dá pra tirar par ou ímpar e a vez me foi gentilmente cedida (além do quê eu ganharia de qualquer jeito, hohoho).




Então, lá vai o meu tema de post pra Clau que tem, no máximo, uma semana pra escrever sobre isso:




Seguinte…a gente sabe que a infância é uma ideia social e historicamente construída e que criança sempre houve, mas infância não. Então eu queria saber se você consegue enxergar, já que a sua formação é em psicologia, alguma universalidade na infância. Isso é, há alguma característica que você veja como universalmente constituinte da infância? Sim, não e porque. Mas tem mais…há alguma característica na infância italiana que você bata o olho e reconheça como sendo também brasileira? E diferenças? No seminário do Corsaro, uma professora perguntou se as crianças italianas também desenham aquele sol no canto da folha ou se isso era uma característica das crianças de um país tão ensolarado como o nosso. Como ele não respondeu, passo a bola.




Essa foi até fácil…vou pensar aqui num tema mais saia justa pra semana que vem.




Clau, Pode mandar a minha. E os leitores também podem participar.




beijos,




_Cibele_


PS: Para saber o que é uma medida lúdica, vide dois posts abaixo.

Metapostando

Os blogs trazem uma estranha incoerência. Ao mesmo tempo que captam, a exemplo de um diário, fluxos de ideias inacabadas e provisórias, eles perduram na internet desafiando o tempo. No fim das contas, os blogs deveriam ser lidos em movimento e os posts acabam fazendo muito menos sentido fora da ciranda em que foram colocados.

Por isso um post é sempre uma ameaça de mudar de ideia. É no máximo uma provocação despretenciosa calçando havaianas. Mas recortado, parece  um texto mais pronto, cheio de autoridade. Mesmo quando veio de um quintal.

_Cibele_

terça-feira, 21 de junho de 2011

Medidas Lúdicas

Esse é um conceito que inventei há uns tempos atrás e que incentivava muito os educadores e pais a utilizar. Agora, na minha onda pessoal de conceituar tudo e todos, resolvi escrevê-lo e percebi que, mesmo obviamente não sendo totalmente meu (todo conceito provém de outros muitos conceitos, este deriva principalmente do conceito de “analisador” nos estudos de Análise Institucional) é um conceito que saiu da minha experiência como educadora e orientadora de pais.

Sempre preferi usar medidas lúdicas a medidas pedagógicas, ou a conselhos, por exemplo, sempre me senti melhor com elas e sempre considerei muito mais extensos (e intensos) os resultados que obtive, seja com grupos de crianças que com adultos.

Medidas Lúdicas são intervenções constituídas de frases, atitudes, comportamentos ou ferramentas leves, mas pontuais o suficiente para resolver ou analisar determinadas situações através do uso de elementos lúdicos, provocando, com sua simplicidade e poesia, muitas vezes irônica, uma reflexão profunda sobre determinada realidade.

As crianças as usam continuamente, é um seu modo de lidar com quase tudo. Nós adultos, para usá-las precisamos de certa consciência a seu respeito, e de muita reflexão, pois em nós raramente são espontâneas. Exceto nos palhaços e em alguns artistas muito agudos.

Não é coisa fácil usar uma medida lúdica, mas se a gente observar bem elas estão em toda parte, fazendo as pessoas pensarem e mudarem de atitude. Hoje mesmo dei de cara com uma, numa notícia de jornal em que hackers instalaram um vírus no site beautifulpeople.com, e fizeram com que o famoso software que divide as pessoas entre “belas” e “feias” (expulsando as últimas e fazendo as primeiras pagarem uma mensalidade de 25 dólares pra figurar entre os belos), de repente e inexplicavelmente aceitasse mais de 30 mil pessoas totalmente fora de seus padrões estereotipados de beleza. Esta intervenção colocou em cheque todo um sistema de poder e de verdades estabelecidas, ao menos por um breve período de tempo.

Tem o cara que dança na estação de metrô na hora do hush, a professora que “perde a voz” quando as crianças estão fazendo muito barulho na classe, a mãe que coloca o cocô de plástico em cima da mesa do jantar pra conversar com o filho bagunceiro, o jornalista que se infiltra na festa VIP pra tirar onda com os convidados… enfim, são muitos os exemplos. Se vocês prestarem atenção, vão ver que existem muitos resistentes que se utilizam dessas medidas pra fazer valer, ludicamente, alguns valores já tão depreciados socialmente.

_ Claudia_

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mais Barbie e Ken (agora envolvidos em questões ecológicas e políticas)

O Greenpeace acaba de lançar uma campanha chamada “Barbie, te abandono!” contra o uso de papel proveniente das florestas da Indonésia, que estão sendo devastadas, nos pacotes da multinacional de brinquedos Mattel, fabricante da boneca.

Barbie

Segundo o Greenpeace, a Mattel (e também a Lego, a Disney e a Hasbro, outros importantes fabricantes de brinquedo) compram papel da Asia Pulp and Paper (APP), o “maior desflorestador do mundo”.

No video apresentado pelo Greenpeace, Ken, muito chateado e desconcertado, abandona, ao vivo na TV, a namorada, porque ela se empacota destruindo as flortestas fluviais. O vídeo obteve nada menos que 1 milhão de visualizações e isso parece ter despertado a Mattel, que no dia seguinte já assumiu publicamente seu envolvimento no processo de desflorestamento e prometeu providências a respeito. A Lego também anunciou que no futuro utilizará só papel reciclado ou certificado para empacotar seus brinquedos. Da Disney e da Hasbro ainda não se obteve nenhuma resposta.

_Claudia_ na onda dos bonecos mais colecionados do mundo

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Morra, Mourre, Amour

Lembram que a Clau falou aqui sobre o Jogo da Morra? Pois então, estudando, desavisadamente, dei de cara com o tal. E achei tão bonito o que descobri, que vim aqui contar. Na França, o jogo se chama la mourre e Lacan “ouviu” a palavra de um jeito bonito de tudo: l´amour_ já que em ambos são necessários dois jogadores. Dois que, juntos mas separados, buscam o zero (morra, mourre, amour).

_Cibele_

E por falar em Ken

O bonitão congelado namorado da Barbie completa nada menos que 50 anos.

Em Trieste foi inaugurada uma exposição em um shopping, com diversos modelos de Ken e Barbie, originais e procurados pelos colecionadores,  pouco encontráveis em lojas e provenientes de diversos países.

Veja as fotos da exposição aqui.

_ Claudia_ adoradora de brinquedos (e de sua história)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Os nossos nomes

Hoje de manhã, meu filho (3 anos) me perguntou como eu e o pai dele escolhemos seu nome. Muitas horas depois, sucedeu-se esse diálogo:

_Samuel!

_Samuel, não. Sou o Flash-que-muda-de-cor-VolBeline-tigle-dinossauLo-malvado-Lancelot-o-Cavalo-mais-Valente-da-Távola-Redonda-com-Gancho-Samuel.

_Tá, samuel!

_Samuel, não!

_Samuel, vou demorar pra aprender um nome desse tamanho.

_Tá, pode ser Samuel até você aprender, então.

Colei o diálogo no facebook, achei graça como toda mãe, mas depois me lembrei de que eu também tive um nome criado por mim mesma: Adriana Aparecida de Jesus. Até hoje é possível que minha mãe, vez por outra, me chame assim, no que respondo sem pestanejar.

Mas tudo isso me levou ainda a pensar numa outra questão. A Sociologia da Infância tem defendido a autonomia relativa da criança, sua atividade na produção do conhecimento, ou seja, a visão de que a criança é um ator social. Por outro lado, a psicanálise provoca que o nome da criança é escolhido, dado, herdado. Uma puxa pra autonomia, outro pra heteronomia.

Tendo a pensar que nem tanto ao céu, nem tanto à terra, toda criança tem lá um conjunto de demandas, expectativas ou currículos, como cada um quiser chamar, nem sempre convergentes: a mãe, o pai, os irmãos, os professores, os colegas, os vizinhos…O nome, as heranças culturais e materiais, o quarto decorado, o tema da festa…mas cada uma criará, com maior ou menor liberdade, a sua bricolage de referências.

Viver sem expectativas é chato, deprimente até, e mesmo as educações mais liberais constituem um currículo prescritivo: seja autônomo, dê a sua opinião, negocie com seus pares, contribua, seja ativo…ainda bem.

A gente ganha um nome dos pais, o nome mais importante de todos, sem dúvida, mas depois ganha apelidos negociáveis dos colegas e cria certos pseudônimos para agir aqui ou acolá.

Pelo menos é o que eu ando pensando…

_ Cibele, que um dia já foi Adriana Aparecida de Jesus_

E lá no Butão (min 3), onde os pais levam os bebês aos monges budistas que lhe escolhem o nome?

Xi, deu nó! 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Aprendendo a jogar bafão: o treino


jogodobafo


Durante a mesma observação na escola em que fui testar o adulto atípico, me tornei aprendiz de bafão. Meu mestre é um menino de cerca de 10 anos, que diz estar na dúvida entre ser médico ou jogador de futebol.


Aprender a jogar com alguma criança, implica em estar disponível para a metodologia de ensino infantil, que consiste em pouca falação, muita observação e treino.


Ninguém te diz quando é que se usa adedanha, 2 ou 1 ou par ou ímpar, mas você acaba sabendo. Fui assim, seguindo o fluxo, até que meu mestre se irritou.


_Cibele, seu dedo bate no chão antes da sua palma, por isso o fusquinha não dá certo!


Fusquinha é o tapa dado com as mãos em concha, ao lado do monte e não em cima dele. O que vira as figurinhas é o ar que sai de um pequeno buraquinho deixado na ponta dos dedos.


Pergunto se quem vira ganha a carta virada e ele me explica que não jogam valendo, afinal, o saquinho custa 80 centavos (!!!) e que aquelas figurinhas foram dadas por fulana, possivelmente uma menina um tanto mais querida que as outras.


Ah, e melar não vale! Melar é demorar muito com a mão em cima da figurinha quando a manobra é em cima dela, para que ela grude na mão. Afinal, bafo é bafo, ou não chamaria bafo (vento), me explicam.


Quando me despeço, ele adverte de que devo treinar mais. Meu fusquinha não tá bom, não.


_Cibele_


Aqui, sobre adultos que jogam bafo de um jeito, vamos combinar, bem mais simplório.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Festival Internacional de Bonecos

Para fazer belorizontinos felizes, tem espetáculo pra todo mundo! Confira a programação no site.

_Cibele_

Barbie e Ken na capital da moda

Que engraçada essa vitrine de uma loja de tatuagem em Milão.

As estrelas são Barbie e Ken em estilo tatoo. Quanto são “in” esses bonecos, meu-deus-du-céu.

O modelito jeans é o sonho de toda menina que coleciona roupinha de boneca.

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ConcertoDavi 003

 ConcertoDavi 002

_ Claudia_ fazendo arqueologia urbana em dia de chuva

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Promessa é dívida ou antes tarde do que nunca


Prometi falar do Corsaro quando estive no Seminário em Brasília e não o fiz porque demorei 3 meses para digerir a reprodução interpretativa. Fazer resumo é muito chato e qualquer um pode fazer isso numa biblioteca perto de você. No fim, a gente quer é dar pitado e contar uns casos. Mas vamos ao resuminho pra depois prosear.


Corsaro criou conceitos importantes para a sociologia da infância como “reprodução interpretativa” e “cultura de pares”.


Reprodução interpretativa: O termo interpretativa captura os aspectos inovadores da participação da criança na sociedade, indicando que as crianças criam e participam de suas culturas de pares singulares por meio da apropriação de informações do mundo adulto de forma a atender aos seus interesses próprios enquanto crianças (Giddens). O termo reprodução significa que as crianças não apenas internalizam a cultura, mas contribuem ativamente para a produção e a mudança cultural. Significa também que as crianças são circunscritas pela reprodução cultural (Bourdieu).


Cultura de pares (peer culture): conjunto estável de atividades ou rotinas, artefatos, valores e interesses que as crianças produzem e compartilham com seus pares, primariamente por meio da interação face a face.


Mas o mais legal do Corsaro é a proposta metodológica que consiste numa entrada em campo muito específica. Primeiro ele faz uma entrada reativa. Chega, senta e espera as crianças reagirem. Nada mal, já que os adultos não entendem muito bem como é que se chega num grupo infantil. É só fazer um teste: chegar num grupo de crianças e começar a perguntação adulta: Oi, como vai? O que vocês fazem aqui? Como você se chama? Perguntas que as crianças jamais fariam. Mas além disso, ele propõe que o adulto se comporte como um adulto atípico que, abrindo mão de sua autoridade, ganha um acesso privilegiado ao universo infantil.


O psicólogo César Ades explica que o adulto atípico Não é um retorno ao que o adulto foi um dia, mas uma forma de ele estabelecer um contato social diferente e, por meio dele, aprender como se aprende sempre através da interação. (p 128) ...“É preciso que o adulto desista um pouco, como num mundo de faz de conta, do poder que lhe confere o papel tradicional de adulto, como quem se agacha para falar com as crianças, estabelecendo uma proximidade ao mesmo tempo física e simbólica.”


Semana passada, fiz minha primeira inserção num grupo infantil experimentando esse adulto atípico. No segundo dia, participei do seguinte diálogo:


“_Você faz faculdade de quê?_perguntou a menina.


_De Educação._respondi.


_Ah, então você vai ser professora quando crescer?”


Uma pequena mostra de que o adulto atípico pode ajudar demais aos adultos que querem ter um acesso privilegiado aos grupos infantis.


_Cibele_

A infância no século XXI… segundo Quino

O autor da Mafalda, sempre muito direto.

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_Claudia_ (agradeço à Anna Mourão por me mandar as imagens)

 
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