segunda-feira, 30 de maio de 2011

Novo Parque Arco-íris, a cidade a favor da brincadeira espontânea

Domingo passado foi inaugurado o “Nuovo Parco Arcobaleno”, em Cavenago di Brianza, cidadezinha colada em Milão.

O parque nasceu de um  conceito de espaço lúdico ao ar livre que desenvolvi com  as duas arquitetas da Associação ProgettoQualeGioco,  Marilena Adamo e Elena Carafa, que realizaram o projeto arquitetônico.

A base é uma simples pergunta: “Como se pode brincar com…”. A partir daí, uma forma alternativa de conceber um parque, levando em consideração elementos como interação entre as pessoas (em contraposição a brinquedos alienantes e individualistas), brincadeira ativa (em contraposição a repetição e movimentos estereotipados), descoberta da natureza (em contraposição aos brinquedos industriais), apelo à Arte (dimensão estética do brinquedo e dos espaços)  e bem-estar urbano (possibilidade de brincar em segurança e tranquilidade na área urbana).

Vejam alguns exemplos do resultado:

O trepa-trepa de troncos trabalhados:

Iphone 004

A fonte-escultura:Iphone 010

A área skate, pros adolescentes:Iphone 027

Uma “piscina” de pedras pra “meditar” equilibrando:Iphone 022

  Iphone 032

Na foto acima, o escorregador no “morrinho”, sem escada, e o pula-pula sonoro. (Melhor dar zoom na foto pra ver os detalhes). Abaixo o balanço com materiais recuperados.

Iphone 033

Iphone 020

Uma das grandes pedras do parque… pra escalar e pra bater papo furado na sombra. Afinal, os pais também podem (e devem!) aproveitar o parque.

_Claudia_

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Histórias arrepiantes

Se tem uma coisa que eu adoro é história de fazer medo. Ou melhor, de brincar de medo.

Principalmente se é contada dentro de uma “cabana” (feita de panos amarrados no meio da casa), com uma vela no meio e meninada em volta, em dias cobertos de nuvens.

Vocês conhecem a história dos “manos papões”? E a do João sem medo? E a do homem do cemitério? Brrrrrrrrrrr Dão uns arrepiozinhos bons nos cabelinhos do braço né.

Essa aqui, lida/contada pela atriz (e minha grande amiga) Juliana Barreto, é um clássico da tradição oral de Minas Gerais:

_ Claudia_

sábado, 21 de maio de 2011

Por que será, gente, que os ratinhos e as ratinhas estão sempre querendo se casar? Olhem essa parlenda linda:

 

O Casamento do Rato com a Filha do Besouro

Besouro, besouro,

Vamos casar nossa filha

Agora, o marido

Onde o veremos?

Responde o rato

Do seu ratal

Que estava pronto para se casar

Agora o marido

Pronto já temos

Porém o vestido

Onde o veremos?

Responde a aranha

Do seu aranhal

Que estava pronta

Para o vestido dar

Agora o vestido

Pronto já temos

Porém a cama

Onde a veremos?

Responde a carocha

Do seu carochal

Que estava pronta

Para a cama dar

Agora a cama

Pronto já temos

Porém o doce

Onde o veremos?

Responde a abelha

Do seu abelhal

Que estava pronta

Para o doce dar

Agora o doce

Pronto já temos

Mas os trombeteiros

Onde os veremos?

Responde o mosquito

Do seu mosquital

Que ele estava pronto

Para trombetar

Agora as trombetas

Prontas já temos

Mas o cozinheiro

Onde o veremos?

Responde o porco

Do seu chiqueiral

Que estava pronto

Para cozinhar

Agora o cozinheiro

Pronto, já temos

Porém o padre

Onde o veremos?

Responde outro rato

Do seu ratal

Prendam o gato

Que vou casar

(do livro Folk-lore Pernambucano da autoria de F.A. Pereira da Costa)

domingo, 15 de maio de 2011

Pensar além

Eu tinha botado um vídeo sobre isso outro dia, lembram?

Aqui na Itália nos últimos dias  está muito forte a discussão sobre a Síndrome do Déficit de Atenção e Concentração. Muitas pessoas estão (finalmente!) reagindo contra o uso indiscriminado de psicofármacos em crianças. (Aliás, eu sempre disse que achava isso uma loucura, esses remédios anulam as ações externas, “amansam” a criança mas internamente a deixam ainda mais agitada. Sem contar que o diagnóstico fácil, ao inventar uma “síndrome”,  põe de lado inúmeras outras questões da criança moderna e aborta possibilidades de mudanças no seu contexto social).

No Salão do Livro de Turim foi lançada uma mega campanha com adesão de diversos intelectuais, artistas, escritores, etc, chamada “Pensare oltre” (= pensar além), contra o diagnóstico fácil, os rótulos, a homologação e tantas outras deformidades causadas pela chamada “psicologização da infância”. A proposta é justamente mudar as condições, o contexto. Ao invés de reprimir e de impedir, oferecer outros modelos de Educação para que as crianças possam se expressar e realizar todas as suas capacidades, as quais são vistas como diferentes e variadas. Mas o básico é poder – ter o direito de -  ser criança.

Um dos participantes é o cartunista Bruno Bozzetto, muito conhecido aí no Brasil também. Olhem que legal esse vídeo dele:

 

_ Claudia_

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sobre a Te-Arte de novo...

De vez em quando, algum leitor ressucita um post adormecido aqui, alguma discussão ou algum tema. É engraçado porque algumas coisas a gente escreveu há tanto tempo, que nem sabe mais se continua pensando igual.

Foi assim com o post sobre a Te-Arte que acabou me fazendo repensar o tema e parar, sabe-se lá como, nesse vídeo:



Te Arte - Trailer from zinga on Vimeo.



Continuo achando esse espaço muito, muito legal!

_Cibele_

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Testando postagem com windows live writer–a postagem de número 450!

infancia1

Funciona!!!!

_Cibele_

Clau, 2 bons motivos para você se orgulhar de ser brasileira

Enquanto os americanos foram para a Praça comemorar a execução de Osama, os brasileiros comemoram o reconhecimento por unanimidade no STF da União Homoafetiva.

E a cereja do bolo é que o Woody Allen escolheu Memórias Póstumas de Brás Cubas como livro indispensáveis numa lista de 5.

Sexta-feira verde e amarela,

_Cibele_

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Exemplo



Com o slogan "Criança vê, criança faz" esse vídeo apresenta uma concepção da socialização. O que vocês pensam do vídeo e dessa concepção?

_Cibele_

terça-feira, 3 de maio de 2011

(…)

Essa coisa do assassinato do terrorista me fez pensar sobre como a nossa sociedade está cada vez mais virtual.

Ou seja: a informação é facilmente manipulável porque não é palpável mas ao mesmo tempo é hiper-comunicável. a palavra (e no caso as imagens também) estão mesmo completamente e definitivamente separadas do significado. tudo vira espetáculo mediático, é tudo posto a serviço do entretenimento. não existem mais fatos, apenas versões. a verdade brinca de esconde-esconde com o que se quer/se deve transmitir/convencer. não existe mais moral nem virtude que dê conta de tanta informação.

Parece um quadro. E é um quadro.

Pobres crianças vivendo nesse mundo abstrato. Que será que elas acham disso tudo? Eu não acho a menor graça.

_ Claudia_

domingo, 1 de maio de 2011

A cultura da criança institucionalizada


Na medida em que nenhuma criança escreveu ainda tese, dissertação, artigo ou blog sobre a sociologia da infância, podemos considerar que a cultura da criança é aquilo que o adulto chama de cultura da criança. Parece haver um recorte, uma seleção adulta à cultura da criança.

A emergência da sociologia da infância não é independente do debate social em torno dos direitos da criança, como mostra a soióloga francesa Sirota, de forma que muitas vezes o discurso político e o científico se entrelaçam. A sociologia da infância surge e cresce como parte desse esforço de reiteração de uma infância que se mostra ameaçada.

Sendo assim, caberia alargar os domínios da cultura da criança também para aquilo de que as crianças se apropriam a despeito do discurso dos educadores-pesquisadores: a cultura de massa, a cultura escolar e por aí vai.




Vista pelo prisma da cultura da criança pura, a criança real não existe. Vista em sua complexidade, a cultura da criança contemporânea com quem “convivemos” nos parquinhos de shopping, nas praças, nas festas de criança e nas escolas (lugares em que as crianças estão, temos de admitir) é uma mistura de Discovery Kids, atividades de recreação transmitidas por monitores nas férias e atividades escolares.




E como toda cultura é arbitrária, não cabe fazer juízo de valor (o que não nos tira o deleite de abrir umas janelas pra chuva de palpites por aqui). Não parece absurdo afirmar que o peão e a finca, talvez não sejam mais artefato importante para a cultura da criança contemporânea, mas fruto do esforço de institucionalização de uma dada infância. Por vezes, esse esforço de preservação acaba colando e aí as crianças se apropriam dele. É o caso do barangandão, brinquedo de confecção obrigatória nas recreações escolares ou extra-escolares de toda meninada mineira, desde o lançamento do livro de Adelsin.



A cultura da criança urbana contemporânea está mais pra backyardigans do que para backyard. Sobre o mundo de Pablo, Austin, Tascha, Tairone e Uníquoa escrevi aqui. Se você não sabe quem é o quinteto, mas sabe o que é peão e finca, feche o livro ou blog e converse com uma criança perto de você.



E não, não acho que o mundo esteja de cabeça pra baixo. Vamos conter nossos impulsos apocalípticos. São só as crianças negociando com o mundo, como desde o princípio dos tempos.


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Vocês viram que a roda gigante do Parque Guanabara agora está virada pra Lagoa? Muito legal! Essa questão já me acompnahva desde 2009, vejam só! Viram também que o Parque acrescentou a atração A Incrível Mulher Monka? Ninguém lá em casa teve coragem de entrar, mas ficamos um tempão nos deliciando com a narração do locutor. Muito, muito bom!



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E o show Música de Brinquedo do Pato Fu? Um ótimo exemplo de como a infância não precisa ficar tãããão confinada! Como se não bastasse ser lindo, o show é também uma experiência diferente da relação entre adultos e crianças!


Bom restinho de fim de semana,



_Cibele_
 
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