sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal no quintal!

Feliz Natal, amigos quinteiros!

Um abraço especial para minha sócia, moça sabida da cultura popular! Seu Natal tem neve, Clau?

Cordel sobre o Natal

Beijos

_Cibele_

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Férias de Fim de Ano

O Quintarola vai tirar umas feriazinhas porque ninguém é de ferro. A Cibele viajou, eu vou viajar amanhã mas deixamos com vocês um vídeo muito lindinho da SUPER talentosa ilustradora (e fofa pessoa humana) Maria Eugênia. Essa é a nossa mensagem de fim de ano. Com muita vontade que 2012 seja um ano de “Renascimento”. Em todos os sentidos.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=d3epuPdSHbk#!

(Parece que o iutubi não aceita mais que o vídeo seja colado diretamente no blog sem que sejamos usuários “logados” =(  Coisas de internet. Paciência, cliquem no link e se abre do mesmo jeito).

Obrigada a todos(as) que nos seguiram durante o ano. Venham sempre prum dedo de prosa aqui no Quintal.

Até a volta!

_Claudia_

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Falando de Cultura Popular 2

Desculpe, Ci, mas vou desandar hahaha Esse tema me encanta!

Aqui um vídeo da minha ídola Angela Lago, falando de dislexia, de poesia… e de Cultura Popular!


Falando de Cultura Popular

Andei fuçando nuns ditados e expressões populares por aqui e descobri um monte de “coincidências” com os brasileiros. A  ideia é parecida, embora as palavras usadas sejam geralmente diferentes (acontece também de serem exatamente as mesmas). É a Sabedoria Popular como ponte entre culturas diversas.

saggezza

Uomo avvisato è mezzo salvato” – (literalmente: homem avisado é meio salvado) corresponde ao nosso “Quem avisa amigo é”;

“Chi non muore si rivede” (quem não morre se revê) corresponde ao nosso “Quem é vivo sempre aparece”. 

“Una rondine non fa primavera” (uma andorinha não faz primavera) corresponde ao nosso “Uma andorinha só não faz Verão”. Aqui as andorinhas migram na primavera, aí no Verão =)

“Da un melo non può nascere un pero” (de uma macieira não pode nascer uma pereira) corresponde ao nosso “Filho de peixe peixinho é”.

“Prendere due piccioni con una fava” (pegar dois pombos com uma fava) corresponde ao nosso “Matar dois coelhos com uma cajadada só”. Eles são menos drásticos hehe

“Troppi galli a cantar e non fa mai giorno” (galos demais cantando e o dia não nasce) corresponde ao nosso “muito cacique pra pouco índio”.

“La notte porta consiglio” (a noite traz conselho) corresponde ao nosso “nada como um dia após o outro”.

E por aí vai. Se vocês quiserem depois posto outros =)

_Claudia_

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A voz do povo é a voz de Deus

A palavra POVO é usada com frequência em sentido pejorativo, principalmente por uma suposta (auto-declarada)  elite intelectual/artística. Povo não sabe votar. Povo é massa de manobra. O que agrada ao Povo não pode ser coisa boa.  Povo não sabe pensar por si mesmo. Uma obra popular não pode ser considerada Arte, é folclore. E por aí vai. Conclusão: é mais chique ser o “artista incompreendido”. Afinal, “a verdadeira Arte/Cultura é para uns poucos (ricos) eruditos que sabem apreciá-la, não pra uma manada de ignorantes que querem apenas consumi-la – e cosumá-la”. Nosso herói, o “artista incompreendido” , não vende muito, não é muito reconhecido, tem poucos seguidores (num vocabulário mais atual), não é (e nem quer ser, deusmilvre!) popular, pois “seu valor é intrínseco à maravilhosa Arte que produz”. É o marginal orgulhoso, consciente da “grandeza singular de sua obra” (…)

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Eu sou uma apaixonada pelo POVO e pela CULTURA POPULAR. Acho a Cultura popular a coisa mais próxima da Cultura Lúdica que existe no mundo adulto. Acho também que a Cultura Popular é tão parecida no mundo inteiro que serve de ponte para toda e qualquer integração. POVO é comum. É coletivo. Nada mais HUMANO que POVO (com suas qualidades e defeitos).

Adoro os ditados, canções e contos populares, a sabedoria popular, os costumes, as festas, as tradições, a culinária, o senso comum, o jeitinho peculiar das diversas comunidades. Até a magia popular me agrada, eu que sou completamente convicta da Racionalidade.

Sempre adorei trabalhar em grupo, no coletivo. Falar no plural, pertencer a um time, a uma associação, ter empatia, ser semelhante. Mesmo sabendo o risco grande que essa atitude comporta: os “ismos” (sobre os quais já escrevi aqui), as deformações, as lavagens cerebrais de estar “dentro de”. Mas pra esses riscos tem remédio, e é o pensamento crítico que a gente adquire com o tempo, principalmente nas idas e vindas. Movimentar-se é um excelente antídoto pras ideias preconcebidas e territoriais.

Fato está que, com todos esses riscos, prefiro confrontar-me com a sociedade, prefiro falar “de dentro” do povo. Colaborar, compartilhar são ações que prezo muitíssimo. Eu quero ser popular. Como escritora, tenho a ambição não só de ser criticada como de ser ajudada pelos colegas e pelo editor, além de desejar ser lida por todas as crianças do mundo. Quero ser best-seller benhe! =)  Como educadora pretendo saber me comunicar (em linguagem ampla e acessível) com todas as famílias que existem. Como cidadã quero continuar a exigir pacificamente meus direitos e assumir minhas responsabilidades.

Gosto, tenho prazer em me sentir parte de um POVO. Com todas as suas (humanas) contradições.

Eu acho que o povo sabe – e muito bem – apreciar as boas obras. E que decide consumir outras não tão boas mas que de algum modo lhe trazem satisfação, mesmo que momentânea. O povo decididamente não “compra” (não “engole”)  ideias/obras medíocres. Existe uma sabedoria imperceptível nas escolhas populares que faz com que permaneçam apenas elementos que merecem permanecer.

(Ando inclusive pesquisando alguns fenômenos de popularidade entre as crianças, quero entender por que, além é claro, da propaganda, do lado estritamente comercial, algumas coisas “pegam” entre elas e outras não. Principalmente quero entender por que algumas coisas permanecem. Em breve vou compartilhar com vocês os resultados dessa minha pesquisa).

_ Claudia Souza (quer sobrenome mais popular que esse? hehehe)

Duas ressalvas: Querer ser popular não significa querer ser unânime, bem como ser convicta da Racionalidade não significa querer ter razão.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A idade como território–Série Entre Aspas II

 

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Robert Doisneaut

 

“Quando pequenos, foi-nos ensinado que devíamos comemorar o aniversário. Uma vez comemorado, tínhamos tal ou tal idade, da mesma maneira que se têm os dedos da mão. (…) Se penso ou creio que os anos são meus, posso assumi-los e ir assumindo-os como uma pertença existencial.

Os outros também tinham anos, poucos ou muitos, inclusive alguns podiam coincidir em números, mas na individualização das pessoas ao redor, a idade constituía um dos elementos de diferenciação. Além de nos configurarmos como homem ou mulher, menino ou menina, nós, pessoas, tínhamos um caráter que nos vinculava, um nome que nos identificava e uma idade que era nossa ou sua. A idade dos outros podia considerar-se, pois, como a minha, uma pertença que crescia com o tempo.

(…)os anos nos tinham e iam inscrevendo-nos em grupos determinados de idade.

(…) Podemos continuar considerando que os anos são nossos e, portanto, pessoais e intransponíveis, mas deparamo-nos com um indicador que nos mostra que são eles, os anos, que nos possuem.” _ Assim começa o capítulo As Outras Idades ou As Idades do Outro de Caterina Lloret no livro da Editora Vozes Imagens do Outro organizado por Jorge Larrosa e Nuria Pérez de Lara.

_Cibele_

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Matilde da Ilha de Tacatu

Esse é meu penúltimo livro, publicado em março de 2011 pela Editora Callis (SP), com umas ilustrações de encher os olhos da Taline Schubach. É uma metáfora a respeito das fronteiras que separam o mundo e as pessoas. Eu indico =)

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(Eu fico aqui pensando com os meus botões em como certos conceitos são persistentes. Froteiras não existem, são imaginárias. E quanto ainda se sofre por causa delas! Quanta gente é discriminada, rejeitada, perseguida por causa dessa bobagem. tsc tsc tsc Será que um dia ainda vamos adquirir uma “consciência planetária” (como defende Edgar Morin)? Ou será que vai precisar que cheguem invasores extra-terrestres pra gente perceber o quanto é diversamente igual?)

_Claudia_

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Wikimini

Olha que barato! As crianças e adolescentes franceses estão, há três anos, montando sua própria Wikipédia, de nome Wikimini. Funciona mais ou menos como o projeto inspirador. Tem regras claras e se dá num esquema colaborativo.

Os adultos, pais ou professores, são instruídos a auxiliar moderadamente na atividade.

Fiquei tão encantada que estou aqui pensando num jeito de colaborar com a minha pequena. O vocábulo Brasil, por exemplo, ainda não foi incluído.

_Cibele_

domingo, 27 de novembro de 2011

Entres aspas_a série, volume I

As coisas por aqui estão corridas com o fim do semestre. Muita leitura e em breve muita escrita. Mas nesse caminho, muita beleza e coerência tem desfilado sob meus olhos. Vou compartilhando com vocês, na medida do possível, numa série que vou chamar de Entre Aspas. Espero que vocês gostem:

“…nunca se sabe de antemão como alguém chegará a aprender_através de que amores se chega a ser bom em latim, por intermédio de que encontros se chega a ser filósofo, em que dicionários se aprende a pensar. (…) Não há um método para encontrar tesouros e tampouco há um método de aprender, a não ser um traçado violento, um cultivo ou paidéia que percorre o indivíduo em sua totalidade. (…) A cultura é o movimento do aprender, a aventura do involuntário que encadeia uma sensibilidade, uma mémória e logo um pensamento”._ Deleuze em Diferença e Repetição.

_Cibele_

domingo, 20 de novembro de 2011

E hoje…

É o aniversário da melhor blog-sócia que eu poderia jamais ter encontrado.

E VIVAAAAAAAA a Cibele!!

 

Cibele

 

(Queria te botar o vídeo “Aniversário” do Palavra Cantada que é tão bonitinho mas… puxa vida, não achei nenhum com uma animação decente! )

_Claudia_

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Post pirata: o espaço dedicado às crianças do Lacma–Los Angeles County Museum of Art (da série Museus para e da Infância no Mundo)

Minha mãe dizia sempre que na vida a gente deve ser rico é de amigos. Graças à minha caríssima amiga Paula Juchem, que vocês já conhecem, fiquei sabendo dessa maravilha. E como se não bastasse, ela fez um PDF explicando tudo e com várias imagens que ela mesma fez em sua visita ao local. Quer mais? =)

Vou piratear tudo aqui, pra dividir com vocês o que a Paula dividiu comigo.  Pode, Paula? (pirata é assim, pergunta só depois de pronta a pirataria hehe).

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“aprender construir fazer
pesquisar explorar criar
essas são as palavras escritas
nas fitas adesivas que decoram o
espaco kids do lacma. é muito legal
pois o impacto visual é muito
forte desse enorme espação aberto
com essas palavras coloridas
enrolando colunas e indo de uma
parte a outra da grande sala.pra
mim o que tem de especial nesse
lugar é que é um espaco “sujo”
e por isso muito vivo. o projeto
do lacma e tb desse espaco é de
Renzo Piano.

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esses adesinvos gigantes cor de laranja, essas paredes cheias de desenhos, brinquedos pendurados no teto, fotos de projetos arquitetônicos na parede, um video mostrando a montagem de grandes obras de arte no lacma, móveis com livros de arte para serem consultados por todos
e uma grande ilha no meio da sala com exposiçãao de trabalhos. nas fotos da pra ver um pedacinho da “sala” que tem um carpete no chão e mutos bloquinos de madeira e muitas almofadas em forma geométrica pra montar e desmontar. esse é um espaço para mães com criancas pequenas que ainda nao tem idade pra fazer os trabalhos de arte. eu fiquei com a bia contanto casinha com cubos de madeira.

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o lugar é grande e aberto, muito simples como acabamento (pintura, instalação elétrica, piso,etc) mas o que tem de muito bonito é o pé direito alto e móveis muito práticos pra serem desmontados, isso faz a sala ser de fácil transformação pra outros eventos. se eu penso num lugar assim tão grande e tão bonito imagino que se possa promover ali dentro outras coisas como: leituras de estórias, peças de teatro e apresentação musical, também organização de mostras que depois possam ser vendidas pra outras cidades.

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o Lacma é o museo com o maior acervo de arte contemporânea de los angeles. A entrada nesse espaco é gratuita mas só entra se apresenta o ingresso do museu. vale a pena uma voltinha no site do Lacma http://www.lacma.org/ eles recebem as escolas e
fornecem educação artisitica a distancia, as criancas que visitam o lacma podem ter um audio tour que explica pra elas as obras e os artistas, disponivel em inglês e espanhol.
em todas as mesas e paredes tem um bllhetinho colado, escrito a mão, pedindo para que as pessoas antes de ir embora deixem o espaço limpo como encontraram. As criancas não ficam sozinhas, ficam acompanhadas pelos pais
.

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três ideias que eu achei muito legais:
esse palitinho de picole todo furadinho nas
bordas (imagino que eles usem um furador de
papel e a menina recepcionista fica no balcão
recebendo as pessoas e furando palito... ) é
um palito lego.

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nas quatro janelas eles fizeram esse suporte
super simples de ferro e madeira com um
grande rolo de papel pra quem quer pintar
nesse da foto o rolo de papel tinha acabado....


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o outro é cortador de fita crepe colorida (sem
foto) mas é uma base como essas bases bem
comuns pra cortar durex só que nessa tem
lugar pra 5 rolos de fita crepe colorida, é bem
bonito... e construir os brinquedos com fita
crepe é bem legal, ela é porosa então dá pra
desenhar e pintar sobre a fita, gostei.”

(Paula Juchem)

_Claudia_

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Mãos ao alto, é um assalto!

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Uma caixinha de brinquedo tem preocupado alguns brasileiros. É um kit de Lego com dois ladrões, dois policiais, um cachorro, um caixa eletrônico e uma viatura.


O motivo da preocupação é um suposto incentivo à violência e o temor de que a caixinha “ensine” as crianças a roubar.


Ora, o ladrão não ensina a roubar do mesmo jeito que o Lobo não ensina a ser mau. No semblante dos bonecos, fica bem claro de que lado cada um está.


Apesar disso, não compraria esse Lego pros meus filhos (a não ser com alguma motivação específica), principalmente porque ele aborda um problema muito real e muito duro que não precisaria, em tese, ser administrado pelas crianças. (Os Lobos, os bandidos com bandana na boca, os monstros, os piratas e todo mal que se puder fantasiar são mais legais). O real é tão mais ofensivo que o kit produzido na Dinamarca foi motivador de indignação justamente no contexto brasileiro.


Mas ressalva seja feita: estou falando do meu lugar e realmente não sei que receptividade o mesmo brinquedo teria entre as crianças de classe média dos centros mais violentos e, mais ainda, entre as crianças moradoras de favela, infelizmente mais próximas de todo esse terror urbano.


E entendo que o policial indignado da reportagem não queira ver esse Lego em saco de Papai Noel. Mas ele pode ficar despreocupado: se considerado o preço de uma caixinha de Lego, infelizmente, essa discussão não vai subir o morro.





_Cibele_

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bonecas de papel

Dêem uma olhada nessa página do site do Centro Jane Austen de Bath, Inglaterra (aliás, trata-se de um “museu vivo” que transporta o visitante à época, ao caráter e ao estilo da grande escritora inglesa, vale a pena visitar o site inteiro).


Entrar nessa página me deu uma saudade das bonecas de papel!


Eram um dos meus brinquedos preferidos na infância. Acho que brinquei mais com elas que com a Suzie (a avó da Barbie).


O tipo do brinquedo singelo, interativo, barato, criativo.


Hoje ainda se encontram algumas nas bancas de jornal. Ou então a criança pode desenhá-las como quiser e recortar. A única coisa é que o papel tem de ser mais pro rígido.


_Claudia_

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sucata ou material?

Quando comecei a trabalhar com o grupo Progettoqualegioco, no fim de 2006, tinha chegado há apenas 2 meses na Itália e era tudo muito novo pra mim. Confesso que passei um tempão até conseguir compreender a diferença fundamental entre a metodologia que eles propunham e aquela com que estava acostumada a trabalhar no Brasil.

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Ou seja, que a “cultura do re-uso” obriga a repensar todo o processo de existência dos objetos na sociedade: cada “coisa” tem um nascimento, uma vida e uma morte e o fato de ser re-inserida no processo de significados sociais através de uma ou várias transformações  quer dizer exatamente uma re-colocação, um novo investimento em algo que tinha perdido seu valor social.

PQG3

Trocando em miúdos, a garrafa pet que tinha sido jogada no lixo estava “morta”, seria apenas um dado estatístico na preocupante produção de lixo mundial (um lixo que pode nos   soterrar daqui a alguns anos). Recuperada, lavada, cortada em modo interessante e oferecida às crianças de forma  instigante essa garrafa pode re-encontrar suas características iniciais como material, o que significa entrar novamente no ciclo de significados sociais, até vir a ser revigorada numa obra criativa que torna difícil identificar o objeto garrafa de origem.

PQG2

A metodologia de Progettoqualegioco em síntese é esta:  coletar a sucata doméstica e industrial e re-significá-la como material, pra depois (e só depois) colocá-la a disposição das crianças pra criar e brincar. Notem essa passagem interessante: o educador realiza uma primeira transformação na sucata, ANTES de oferecê-la às crianças. Quando chega a elas, então, não é mais sucata, mas o material de origem, revigorado e embelezado, que provocará e estimulará o ato criativo.

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O trabalho do educador prevê todo um estudo dos materiais, pesquisa, coleta seletiva, organização do depósito, recortes, colocações, etc, ações complementares que tem a ver com Estética, com Design, com oficina e com ato criativo. Os resultados dessa delicada operação são impressionantes. As obras que as crianças produzem não são apenas “pedaços de sucata grudados uns aos outros” pra formar um objeto, mas verdadeiras obras de arte.

Continuo colaborando com o grupo e a cada dia aprendo mais. Pra quem se interessar, estão disponíveis diversos formatos de consultoria a distância, em português. Seja pra aprender a coletar e a organizar o material, até sobre a metodologia das oficinas. Basta entrar em contato no site que linkei acima.

_Claudia_

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mais festa !!!

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Ontem foi aniversário do Quintarola (Eu sempre comemoro no dia seguinte. Mania de comer empadinha fria!). 3 anos, 527 posts, contando com esse. Muito, muito legal! Valeu, sócia!


_Cibele_

Museu childhood - Edinburgh

A cidade do filósofo Hume, Edimburgo, capital da Escócia, possui também um museu da infância muito importante. O Museum Childhood divide a sua coleção em childrens clothes, books, home life, games e school days.


Criado pelo vereador Patrick Murray (1908-1981), ele próprio um colecionador de brinquedos, o museu infelizmente não conta com exposições e visitas virtuais. De todo jeito, vale a pena dar uma passeada pelo site pensando sobre as categorias escolhidas para se pensar a infância.


Atualmente, além das exposições permanentes, o museu expõe uma coleção de jogos de chá com temática infantil, uma brincadeira de faz de conta bem clássica entre as meninas do mundo todo e não apenas entre as inglesinhas. O que nos faz repensar essa ideia, às vezes muito redutora, de que a brincadeira das crianças são meras reproduções das ações de seus adultos próximos.


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_Cibele_ que adora brincar de hora do chá até hoje!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ilustrações de contos de fadas

Pegando carona na série de posts sobre museus, hoje vou postar sobre uma exposição que aconteceu em 2001, na Bibliothéque Nationale de France (que não é um museu, claro). Sorte nossa, essa linda exposição sobre ilustrações de contos de fadas continua disponível num site bem legal e mostra que ilustrar esse gênero textual não é tarefa das mais fáceis.



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_Cibele_

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Palavras

Nuns encontros de leitura que tenho feito, estou utilizando uma técnica que aprendi na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. Primeiro, leio o texto sem mostrar as ilustrações, combinando com as crianças que podem imaginar as cenas, os personagens, os acontecimentos.

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Nessa hora, a força é toda jogada na voz. Tento não dramatizar, não sugerir demais, não chamar a atenção pra mim, pra deixar à imaginação de cada um o melhor da festa.A voz escorre baixo e devagar, com as pausas e as tensões justas ao que estou dizendo. Se consigo fazer bem essa tarefa, a leitura fica parecida com uma canção de ninar: enleva.

Depois de ler, a gente conversa e eles me contam como imaginaram, como “enxergaram” a história. E só depois mostro as ilustrações, isto é, como o ilustrador a enxergou. É um momento muito gostoso esse, de confrontar como pessoas diferentes imaginam diferente, de avaliar estereótipos, de levantar outras possibilidades. Além disso, estimula a vontade de levar o livro pra casa e fuçar nas ilustrações (o que é bem bacana, porque as imagens escondem mensagens secretas que só uma leitura mais acurada revela).

Pensei que as crianças iam se opor a essa ideia. Estão tão acostumadas a ouvir histórias coladas às imagens (tem muita gente boa que diz que criança lê imagens, não palavras). À velocidade do vídeo. Às cenas teatrais, aos recursos cênicos mais variados acompanhando as palavras. Eu sempre observo que as crianças modernas têm certa dificuldade pra escutar, a gente tem de repetir a mesma coisa várias vezes pra elas…

Mas não! Elas não só topam na hora como adoram a experiência. Algumas fechavam os olhos, outras até os apertavam pra imaginar melhor. E todas se deixaram levar pelo texto. Escutaram de verdade, super ligadas, sem nenhuma interrupção, colhendo cada palavra que eu ia dizendo como se fosse um fruto raro.

Uma professora me contou que, no dia seguinte, foi ler um livro em classe e uma menina perguntou:

_ Mas nós vamos poder imaginar?

Concluí: num mundo tão “multitasking” quanto o nosso, poder ser “mono” é uma preciosidade.

_Claudia_

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Clau!!!

 

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Com um dia de atraso, mas com um carinho super inflado!

Muitos beijos com saudade,

_Cibele_

Educando no lado B

As escolas mais democráticas  são comumente chamadas “escolas alternativas”. O nome, como a gente já falou aqui, não é muito bom, mas demonstra que elas se posicionam como uma opção diferente das escolas tradicionais.

No discurso dessas escolas, com as quais simpatizo muito, aliás, não raro aparece um “fazer diferente” e uma crítica ao “convencional” e ao “tradicional”.

No entanto, o diferente não é uma qualidade em si. Exceto na arte (e mesmo nela, a pop art apareceu pra mostrar que, às vezes, o mais inventivo é a própria reprodução). 

O problema é que, às vezes, fazer diferente e buscar uma alternativa são atitudes que se apresentam virtuosas por si só. E aí, corremos o risco de cair numa educação para a exceção. A psicanálise gastou boas linhas sobre esse lugar, o lugar de exceção.

Nesse lugar, muitas vezes, a identidade ou a subjetividade estão tão ameaçadas quanto no padrão. A exigência de um currículo “diferente” se torna tão estreita quanto o currículo padrão. E pior, ele esconde suas marcas quando se diz democrático.

Nada disso abala a minha crença numa educação democrática, lugar em que me formei e onde educo os meus filhos, no entanto, quando vejo o adjetivo “excêntrico” sendo utilizado de forma positiva, uma pulga teima atrás da minha orelha.

E da sua?

_Cibele_

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Uma boa coleção de Barbie:

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Não é, Clau?

_Cibele_ abrindo os trabalhos semanais de forma otimista

sábado, 22 de outubro de 2011

O que a gente pensa dos outros, o que os outros pensam da gente: interpretações

Esses dias eu tenho pensado muito nisso. Em como o mundo atual tem se tornado mais e mais baseado em interpretações, e não em conhecimento. Porque conhecimento, do meu ponto de vista, tem a ver com “comer o sal junto”, com aceitar as imperfeições, os erros, os enganos, as distrações, o “lado B” que todo mundo tem. Que nem sempre é tão comercial como o layout que virou moda sustentar (no social network isso chega a ser impressionante, existe super-exposição sim, mas só do layout, nunca se escondeu tanto o ser real).

Já pra interpretar não. Dá muito menos trabalho. É muito mais fácil interpretar mal uma ação de uma pessoa e a partir daí considerá-la alguém “do mal” ou “desprezível” que tentar compreender suas razões em um ou mais momentos da vida, o que seria uma ótima oportunidade para conhecê-la melhor. A mesma coisa vale para as “boas” ações. Tem gente que vira ídolo da noite pro dia por causa de uma frase “bem” interpretada…

Tenho visto por aí (e por aqui) que esse comportamento de interpretar simplesmente (e interpretar significa necessariamente olhar o outro com meus próprios olhos) tem sido muito comum. E fico assustada. Sinceramente. Me assusta saber como algumas pessoas me interpretam. Pro bem ou pro mal. É igual, porque não sou eu. Eu não sou um dia, eu não sou uma frase, eu não sou uma roupa, eu não sou um trabalho…

Daí páro e penso: mas como ela(e) está dizendo tudo isso de mim se mal me conhece? Porque não só pensa, como também diz. Pra muita gente. Batem o carimbo mesmo, com força. Como eu disse, pro bem (o elogio) ou pro mal (a difamação). Quem elogia ou difama perdeu tempo em conhecer? (…)

As crianças são as principais vítimas dessa deformação comportamental moderna. Porque as crianças são interpretadas o tempo todo. Na Escola, em casa, nas ruas. Facílimo, afinal elas não têm ainda argumentos pra se defender. Sobram diagnósticos e análises sobre as crianças. Sombram prontuários, portfolios, avaliações.  Sobra “ela é…” isto ou aquilo. (Ainda  mais essas pessoas em formação!) Mas quem somos nós?

Quem quer conhecer as crianças?

_Claudia_

Barbie tatuada (essa boneca sempre é notícia)

Há algum tempo atrás, falei sobre isso aqui. Eu e a Cibele  tínhamos achado os dois até bem legais hihihi mas parece que era uma coisa artesanal, ou seja, os donos da loja tinham aplicado as tatuagens nos bonecos.

Agora foi lançada, pela fábrica mesmo (Mattel), a Barbie rocker, em quantidade limitada para colecionadores. E está causando o maior furor no mundo da Infância. Um monte de pais, psicólogos, educadores etc do mundo inteiro  foram pra primeira fila reclamar da Barbie Tokidoki.

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“Sexy demais”

“Inapropriada”

“Debochada”

“Instiga comportamentos agressivos nas meninas”

“Mau exemplo”.

Será mesmo? (…)

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Eu achei bem bonitinha. E até muito bem comportada. Embora estilosa. Ahh, ela foi desenhada por um estilista italiano  =) Quê cê acha, Ci? E vocês, leitores do Quintal? Vocês comprariam pras suas filhas ou não?

_Claudia_

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Coleção de livros do Itaú

Lembram que, no ano passado, a Clau postou a promoção de distribuição de livros infantis gratuitos pelo Banco Itaú? Pois é, esse ano a campanha está de volta. Para pedir os seus, siga os passos do link. Para 2011, estão disponíveis três títulos de peso!


Eu já pedi os meus!


Bom final de semana,


Cibele

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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9o Festival Internacional de Cinema Infantil

A programação completa aqui.

_Cibele_

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Entre uma colher de soro e outra…

 

Com criança doente em casa, deixo vocês com um artigo bem panorâmico e explicativo, de autoria de Fabiana Oliveira, doutoranda em Educação pela UFSCar da Revista Sociologia.

Quando o meu pequeno estiver recuperado, volto a quintarolar com mais fôlego, certo?

_Cibele_

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Indignados

Hoje, no centro de Milão,  mais uma manifestação dos “Indignati” – os “Indignados” italianos. Com o slogan SAVE SCHOOL NOT BANKS. Um monte de jovens protestando e fazendo valer seu direito a boas Escolas Públicas. Coisa que o atual Governo italiano está tentando destruir (nós já vimos esse filme no Brasil).

(Ontem, em entrevista, o prefeito de Nápoles disse uma coisa certíssima: Educação e Saúde não “pertencem” ao Estado nem podem pertencer a entes privados, pois são um BEM COMUM. Cabe ao Estado apenas administrá-los. Todo cidadão tem direito de exigir que o Estado cumpra bem esta tarefa. Caso contrário, o Estado não é legitimado pela população, mesmo tendo sido eleito democraticamente).

_Claudia_ Indignada também

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Da série Museus ao redor do Mundo. O “Museo Nazionale della Scienza e della Tecnologia Leonardo da Vinci”, em Milão

Tenho um carinho especial por esse museu por vários motivos:

1. Foi o primeiro espaço cultural que visitei na cidade – a primeira vez que vim aqui, nem era pra morar ainda, ficamos eu e Davi hospedados na rua do Museu. Fomos visitá-lo no mesmo dia em que chegamos. Verdes, verdes. E saímos encantados os dois.

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2. Lá trabalha um caro amigo, mineiro de Formiga (igual meu pai), o Eduardo Nascimento. Gente finíssima, sempre disponível pra mostrar as novidades.

3. O Museu é todo interativo. A gente já chega e já vai entrando no jogo na sala dos hologramas, logo depois cai no corredor da robótica e pode inclusive movimentar os robôs. Daí pra frente é só diversão.

4. Um barato ver os desenhos do Leonardo transformados em protótipos de madeira, em tamanho real. Dá pra ver mais ainda como o cara era genial.

5. A sessão de meios de transporte é excepcional. Navios, trens e aviões de verdade, e até o incrível submarino Enrico Toti, que foi trazido da Sicília até Milão numa viagem epopéica cortando o país. A gente pode entrar dentro dele e conhecer como era a vida dos pobres marinheiros confinados no fundo do mar.

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6. Outra sessão incrível é a das tele-comunicações. Dá até pra brincar de Código Morse.  Confesso que me senti meio velha, porque um monte de aparelhos que estão expostos lá… eu tive em casa!

7. Mas tem muito mais nesse museu, pra grandes e pequenos sem distinção. Siderurgia, instrumentos musicais, reciclagem, imprensa, nutrição… puxa vida, dava pra ficar ali o dia inteiro sem cansar. Aprendendo um monte de coisas de um jeito super bacana.

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8. O Museu, é claro, oferece um sem-fim de atividades pras escolas durante a semana e pras famílias no fim de semana. A meninada aproveita de verdade.

Aqui tem o site pra vocês verem mais imagens e fazerem um passeio virtual. Vindo a Milão, não deixem de visitar esta preciosidade.

_Claudia_

domingo, 9 de outubro de 2011

Medida nem tão lúdica

E eu que tinha falado aqui da minha ideia de fazer uma Medida Lúdica para “analisar” as cacas de cachorro pelas ruas do meu bairro, enfiando palhacinhos de papel nelas!

Um maluco de Praga (República Tcheca) resolveu se vestir de super-herói e sair pelas ruas combatendo os donos de cães que não recolhem as obras de seu animal. De um jeito meio punk, mas… vai lá, MUITO engraçado! =D

Vejam o vídeo.

(Ele também faz outras intervenções esquisitas  contra os mal-educados urbanos de plantão, como gente que joga bituca de cigarro nas ruas, pixadores, gente que fala alto no celular, etc).

_Claudia_

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Dica 2

Olha essa! A loja Botões (fofa, diga-se de passagem) promove a confecção de um mural com as crianças, coordenado por Lívia Arnaut, uma educadora muito querida e competente. É amanhã, dia 8/10 a partir de 12hs na Rua Fernandes Tourinho, na Savassi.

 

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_Cibele_

Dicas para a Semana da Criança

Semana da criança vindo aí e um monte de coisas bacanas começam a acontecer. Esse ano, não vou repetir a pirraça (rs) do ano passado e posto algumas dicas legais…

Amanhã, o Ziriguibum faz dois shows, olha que luxo!

1) Praça Ativa Passeio Turístico Fundação Torino

Local: Praça Ney Werneck - Belvedere

Cidade: Belo Horizonte/MG

Data: 08/10/2011, 11h

 

2) 25° Fantástico Mundo da Criança

Local: Parque das Mangabeiras

Cidade: Belo Horizonte/MG

Data: 09/10/2011, 14h

 

_Cibele_

Museus of Childhood–Londres


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De Nova Iorque, vamos parar na Inglaterra. Em Londres, mais especificamente. No V&A Museus of Childhood, o MOC. Desde o século XIX, havia o projeto de se construir um museu para guardar a herança cultural da Grã Bretanha. No entanto, apenas em 1922, foi iniciado um movimento que o tornaria um museu especilizado na infâcia. Em 1974, depois de várias idas e vindas nesse projeto, o museu reabriu definitivamente como um museu dessa natureza.


Hoje, as exposições permanentes do Museu se dividem em três galerias: Moving Toys, Creativity e Childhood, retratando a infância desde ano de 1600 até os dias atuais. Há ainda diversas exposições itinerantes.


O site não é muito atrativo e quase não permite visitas virtuais, mas detaco aqui algumas alas imperdíveis (que podem depois ser enriquecidas com pesquisas do Google):


1) A exposição de fotos de Julia Margaret Cameron (1815-1879) sobre a infância: Uma das fotógrafas mais conhecidas na história da fotografia, ela começou a fotografar apenas aos 48 anos e me faz pensar sobre como cada geração pensa a infância. Como a infância pensa a própria infância, como os jovens pensam a infância, como os adultos pensam a infância e como os mais velhos pensam a infância. Mas essa é uma inquietação muito particular. Da Julia Margaret Cameron, crianças inocentes sob uma luz e uma dramaticidade que inspiraram vários fotógrafos depois dela.


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2) A segunda ala é a dos educadores que apoiaram o brincar: De Platão a Piaget, passando por Erasmo, Locke, Rousseau, Pestalozzi, Froebel, Dewey e Steiner. Na verdade, o último educador mencionado é um grupo: pais e professores de Reggio Emilia. Bacana, né?


3) Aqui, temos uma exposição de 2009, a Perfis III. São fotos de crianças de um ano de idade em tamanho natural, da fotógrafa nascida em Munique, Bettina von Zwehl. Ela contou, em uma entrevista, que o perfil quase nunca é utilizado na fotografia de bebês e que queria dar a essa fase da vida pré-verbal uma impostância que raramente é reconhecida. No site dela, outra mostra de fotos de criança: a Anatomy of Control 2000.


4) Ali, a essência dos pesadelos, uma instalação feita por estagiários de artistas em que tudo pode acontecer. A descrição dá vontade de entrar:


For The Stuff of Nightmares, the Museum’s Front Room Gallery will be transformed into a sinister forest where anything might happen, the dark setting for a re-telling of The Brothers Grimm’s Fundevogel, a tale of abduction, fear, evil old women, revenge and ultimately, friendship.”


Enfim, pra quem tem a sorte de estar em Londres, um passeio, para quem está por aqui mesmo, no mínimo, uma boa fuxicada no site.


Bom fim de semana,


_Cibele_

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sua vez!

Peço licença pra interromper um pouquinho a série dos Museus, logo escreverei sobre o Museo della Scienza e Tecnologia Leonardo Da Vinci de Milão. Mas essa eu preciso contar.

Aconteceu nos dias 22,23 e 24 de setembro, em Verona, mais uma edição (a nona) do Tocatì (Toca a ti= sua vez), o Festival Internacional de jogos e brincadeiras tradicionais. Já falei dele aqui no Quintal uma vez, há dois anos atrás.

Este ano fizeram homenagem a diversos países, entre eles o Brasil, que compareceu com a Capoeira. Era uma capoeira um pouco pra inglês ver em termos de qualidade, mas dentro dos objetivos do Festival, que é de botar as pessoas pra brincar, funcionou direitinho.

Como a Capoeira, mostraram também o Kabubu do Congo; a Malha de Portugal; o Tiàoshéng de Taiwan; a Ulama de cadera do México; a Varpa da Suécia e o Zurkhaneh do Irã. Além desses, um monte de outros jogos das diversas regiões italianas, além de jogos urbanos (como o skate e o iô-iô por exemplo) e alguns jogos de mesa. Todos esses vocês podem ver as imagens no site do Festival.

A cidade, com sua beleza de tirar fôlego, estava tomada de gente brincando. Um clima idílico.

Teve seminários, mesas redondas, work-shops, exposições, shows, tudo em torno do brincar. Muito, muito legal mesmo.

Aqui algumas fotos que fiz durante o passeio que fiz por lá com meu sobrinho Tomás, de 6 anos, que estava me visitando por aqui e deu outra graça ao Festival. Ano que vem vou ter de  alugar um menino pra ir comigo =)

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_Claudia_

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Museus para ou sobre a infância ao redor do mundo _ uma nova série_ capítulo 1

 

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Os estudos sobre museus estão crescendo muito, talvez porque a educação tenha percebido esse espaço também como uma instituição educativa. Já se fala inclusive em uma didática museal.

No Brasil, a coisa ainda engatinha, mas espalhados pelo mundo afora, há muitos museus bacanas para ou sobre a infância.

Os museus para as crianças podem ter os mais diversos assuntos, mas tentam torná-los acessíveis  a essa faixa etária. Os museus sobre a infância costumam abordar essa faixa etária como  estudo, com forte potencial antropológico ou histórico, mas se destinam a qualquer idade. Na verdade, essa é uma divisão didática. No fim, criança não vai sozinha ao museu, vai acompanha de um adulto. E os adultos espertos quase sempre imaginam formas de fazer a ponte entre a criança e o museu, por mais intimidador que seu conteúdo possa ser.

Aqui começa mais uma série do Quintarola. Dar uma voltinha por aí visitando (virtualmente) alguns museus, pensando neles e com eles. Começo a série com o The Brooklyn Childrens Museus (link meu), possivelmente o primeiro museu desse setor no mundo, inspirador de diversas outras iniciativas. Situado em Nova Iorque, ele foi inaugurado em 1899.

Virtualmente, há algumas exposições muito legais para serem visitadas: uma coleção de chocalhos, uma coleção de objetos sobre a noite, outra de armas, uma coleção de bonecas fabricadas em razão da coroação da Rainha Elizabeth II e muito mais.

Pra gente ver que museu para crianças não precisa de ser museu só de brinquedos e que reciclado é muito mais que bonequinho de garrafa pet.

PS: Adoro a música desse site!

_Cibele_

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Universidade da Criança

Que legal esse projeto de extensão da UFMG! É a Universidade da Criança, um programa que promove encontros entre crianças e pesquisadores da UFMG. Elas perguntam, eles respondem. Depois as crianças discutem as respostas e o projeto cria áudios e vídeos sobre o assunto.

Os curtas já estão participando de uma mostra de cinema em Buenos Aires, olha que chique!

Uma ferramenta super legal de pesquisa!

Aqui, ó (link meu),

_Cibele_

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Teste

Brasil

_Cibele_

Música de gente grande pra crianças

Em muitos lugares do mundo, não há produção de músicas para crianças assim como aqui no Brasil. Embora a gente tenha muita coisa bacanéssina nessa área, confinar (vide Edmir Perroti) a infância é sempre um risco. Por isso, de vez em quando é bem legal mostrar música de gente grande pros pequenos.

Olha essa aí em cima, que bacana!

_Cibele_

Desabafo 2

 

Taí, gente. Chegou ao Quintarola também esse link propagandístico. Já disse lá no facebbok que até pouco tempo atrás, uma palavra sublinha era um link explicativo. Agora não é mais. É alguém querendo vender alguma coisa no quintal. Como nas propagandas de tv, igual ao moço do dvd pirata que interrompe o jantar da gente no restaurante, igual ao vendedor que te cata na calçada, igual a chama telefônica com mensagem automática pseudo-personalizada.

Vou pensar numa medida lúdica para isso…Me ajuda, Clau?

Beijos

_Cibele, ainda zangada_

Desabafo rápido

 

Algumas pessoas não deviam nunca trabalhar com educação.

Escola não é uma empresa qualquer, da mesma forma que educação não é uma mercadoria.

Se a escola particular tem o lugar que tem no Brasil, pelo menos que as leis de mercado sejam adequadas às concepções mais humanistasda educação. De qualquer educação.

Tem lei de mercado que é um puro deseducar. É óbvio, mas a gente esquece…

_Cibele zangada_

terça-feira, 13 de setembro de 2011

100 livros de Jonas!

Meu amigo Jonas Ribeiro comemora o lançamento de seu 100^ livro. Que maravilha! E aí vai o convite, pro pessoal de Sampa, desenhado e escrito por ele mesmo. Não é o máximo?

 

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E aqui, a Editora Callis entrando na brincadeira!

Convite Jonas

_Claudia_

Inutilidades

Eu acho que essa maquininha foi inspirada no mito de Sísifo (ou Prometeu).

Ai-meu-deus-du-céu, como eu a-mo as coisas inúteis! =)

 

_Claudia_

domingo, 11 de setembro de 2011

Vamos?

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_Cibele_

O desenhos-relatos das crianças de Terezin

Ao que parece, a maior coleção de desenhos de crianças conta uma história dura de se ouvir. Entre as cores da esperança de um dia melhor e traços muito mais desencantados, as cerca de 11 mil crianças do campo de concentração de Terezin*, na Alemanha, deixaram um legado muito raro: o testemunho direto da criança.

Esse campo de concentração tinha a particularidade de ser uma espécie de vitrine para a Cruz Vermelha, convencida de que ali os presos viviam com certa dignidade. Em Terezin, as crianças tinham aulas de artes com Friedl Dicker-Brandleis, artista que conseguiu guardar os desenhos em duas malas.

A coleção é parte do acervo do Museu judaico de Praga e passeou pelo Brasil recentemente. Infelizmente, a história contada pelas crianças tem lá seu tom específico, mas é a mesma história contada pelos adultos. Com um fim conhecidamente triste!

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*das 11 mil crianças, que segundo relatos de sobreviventes, cantavam para espantar a fome e o medo, cerca de 100 se salvaram.

 

_Cibele_

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Falar bem se aprende

Uma das primeiras diferenças que eu notei entre as crianças italianas e as brasileiras é a desenvoltura e competência oral das primeiras. Não que as crianças brasileiras não falem bem, mas as italianas exageram. Falam com uma retórica assustadora, e com que correteza gramatical… As crianças brasileiras têm essa desenvoltura no corpo, na expressão corporal, se se quiser, que as italianas têm muito menos. Mas no ítem oralidade as italianas estão muito na frente. Coisa que levam pra vida inteira, o italiano adulto médio fala muito bem.

Com o tempo percebi que essa competência vem muito da escola, do estilo de educação daqui. Desde muito cedo, a expressão oral é incentivada na sala de aula. A avaliação nas escolas italianas é tão oral quanto escrita, às vezes até mais oral. As aulas são principalmente faladas e são constantemente ensinadas regras do diálogo, coisas simples como não interromper o outro que fala (e se acontece o outro se aborrece), encadear o discurso com bons elementos de coesão e coerência, alterar seu ritmo para não entediar os ouvintes, etc. Isso tudo ajuda muito. Gostaria de ter aprendido isso tudo quando era criança, pra ter mais familiaridade com a coisa. Não tenho.

Mafalda

Eu não tive essa formação oral e acho falar uma das coisas mais complicadas que existem. Me peçam pra escrever um artigo e dou pulos de alegria, mas se preciso falar em público passo dias de sofrimento, gaguejo, perco o fio da meada.  Me sinto sempre “correndo atrás do prejuízo”, como dizem os narradores de futebol, esses sim, companheiros da desenvoltura oral embora inimigos da competência linguística. Não se deve confundir uma coisa com a outra… “Falar bem” não é dizer abobrinhas que parecem sérias.

Hoje encontrei esse artigo falando da importância da narrativa oral no desenvolvimento cognitivo, reconhecida por uma pesquisa na USP; teria até algumas ressalvas às conclusões do artigo, embora concorde absolutamente com a afirmativa central, mas o comentário final do Maurício Leite (Mala de Leitura) é extraordinário.

Enfim, a ideia seria oferecer desde cedo recursos pra  encadear pensamento e expressão oral. Algo como ser inteligente com a desenvoltura de um speaker. Quer mais?

Aqui você pode ver e baixar a tese completa.

_Claudia_

domingo, 4 de setembro de 2011

Pra ler junto

Muito bacana o trabalho da escritora mineira Elizete Lisboa, que conheci através de sua irmã, a Pitucha (contadora de histórias, mediadora de leitura e oficineira de braille).

Elizete defende a ideia de inserir o braille nos  livros infantis. As ilustrações também têm algumas partes “em braille”, isto é, com pontinhos tocáveis no contorno. Coisa delicada de realizar, porque cada desenho precisa compor com o da página no verso… Mas a ilustradora Ana Raquel, ajudada pela própria Pitucha, faz isso muito bem.

Crianças que enxergam podem conhecer o braille e  compreender melhor o universo da criança que não enxerga. E estas podem ampliar suas linguagens. O que achei mais legal é a oportunidade de interação entre as duas, que podem ler juntas a mesma história, cada uma com seu recurso.

Na Livraria Virtual da Paulinas é possível adquirir os livros.

E esse aqui é o vídeo sobre a experiência:

_Claudia_

sábado, 3 de setembro de 2011

Manoel para fazer o sábado sorrir

Desde que vi esse vídeo, há dois anos atrás, na exposição Artes para Crianças, procurei para trazer aqui pro Quintal. Até que a Rosana Padial, leitora de outros carvavais, achou esse presente:

Bom sábado,

_Cibele_

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Contação

Minha visita ao Grupo de Contadores de História da Biblioteca Pública Infantojuvenil da Prefeitura de Belo Horizonte foi sensacional. Uma interlocução gostosa, tranquila e amorosa, como tudo que acontece ali. E no final empadinha e guaraná. O que mais a gente pode querer da vida?

- O grupo é formado por gente que gosta de contar. Se você quiser participar, a casa é sua. Simples assim. Um pessoal que estuda, se prepara, se forma junto. Gente de toda idade, gênero, profissão… que se encontra em torno dos contos, da poética da narração.

- Conheci um trabalho interessante de leitura pra crianças cegas, e inclusive tive a resenha da Princesa lida em braille. Me deu vontade de aprender a ler com os dedos também, super prático pra palestras e mesas redondas, é ou não é?

- Eles têm um método excepcional de conduzir a atividade com as crianças: lêem o texto simplesmente, sem mostrar as ilustrações e sem dramatização excessiva. Tudo muito pautado na voz, enlevado, quase sonhado. E nada de mudar as palavras escritas, explicar, parar no meio, nem pensar, o texto é aquele e deve ser preservado. Se a criança quer ver as imagens, manuseia o livro depois e pode inclusive levá-lo pra casa em empréstismo pra se deliciar mais ainda e descobrir outras linguagens. Mas aquele momento ali é de aprender a escutar (coisa difícil hoje em dia), de se envolver com as palavras, de se deixar levar pelo conto. Monomidia, ô coisa boa num mundo sempre tão multi.

- O grupo conta com o apoio de gente fortíssima em literatura infantojuvenil. As discussões são ricas e bem fundamentadas, todo mundo super bem informado. Quem me dera estar ali toda sexta de manhã…

Roda de LeituraFoto: Lourdinha Viana

Enfim. Voltei pra casa com vontade de criar um grupo desses aqui. O que não falta é biblioteca. Vou sair à cata de interessados. Dou notícia depois.

_ Claudia_

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Esquisitices Espaciais de Major Tom para pequenos

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Olha que legal a dica  da super Sílvia Fernandes: Livro infantil baseado na música Space Oddity do David Bowie. E o melhor, disponível para download.

Leitura com trilha sonora:

E por aqui? Quais músicas inspirariam livros infantis?

_Cibele_

domingo, 28 de agosto de 2011

E esse? Vai pra estante ou não vai?

 

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Na lista dos mais vendidos pela Amazon, esse livro recém lançado no Brasil (em português Vai dormir, p… em inglês Go the Fuck to Sleep) traz versos parodiando canções de ninar com o desabafo (um tanto enérgico!) de um pai que tenta colocar seu filho para dormir.

O autor promete escrever uma versão para crianças sem palavrões, já que essa versão adulta, que imita um livro infantil,  vem causando muita polêmica na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Vídeo de divulgação do livro

E você? O que achou do livro?

_Cibele_

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Aventuras de um adulto atípico

Uma das técnicas de entrada em campo do Corsaro, sociólogo americano que a gente já citou aqui várias vezes, é a proposta de um adulto atípico.  Um adulto que se comporte de forma diferente da habitual para que consiga ter acesso ao universo da criança.

Mas quem é o adulto habitual? Aquele que é grande? Aquele que tem a autoridade? Aquele que sabe o que as crianças não sabem? Aquele que repreende?

Com as crianças italianas, Corsaro utilizou-se de sua falha linguística. Ele era um adulto que não dominava a língua, um in-fans de grande estatura. Além disso, ele combinou com as professoras que não teria função de autoridade naquele grupo.

Ano passado, fiz duas experiências de entrada em campo com essa proposta. Na primeira, numa escola tradicional, a entrada foi como prevista: as crianças rapidamente me viram como um adulto que não sabia e que não repreendia. Acharam estranho que eu copiasse também toda a informação do quadro, fizesse os exercícios. Um adulto-aluno. Em seguida, começaram a testar minha autoridade e quando viram que eu não me colocava como autoridade, sentiram-se mais à vontade.

Na segunda escola, uma escola mais democrática e  não tradicional, cheguei e ficar insegura. Que horas as crianças me dariam o sinal? Ninguém estranhou as minhas perguntas, já que nessa escola, os professores também se colocavam como pesquisadores que descobriam junto. Quando a professora saiu de sala, as crianças agiram da mesma forma que na presença dela. As regras continuaram a valer, garantidas não pela autoridade do adulto, mas pelo grupo. Eram crianças educadas para a autonomia.

Quando agi no lugar do adulto tradicional, ajudando com meus critérios de ajuda, fui repreendida por uma criança. Ela tinha me emprestado seus lápis de cor e quando fui guardar, apontei os que estavam sem ponta e organizei o estojo. Pega na minha “boa” ação, ela me disse: Ah, não, você bagunçou tudo! Não é assim que eu guardo. As minhas cores preferidas, as que eu uso mais, ficam na frente.

Essa experiência evidenciou que para entrar como adulto atípico é preciso primeiro saber que arquitetura simbólica organiza aquela infância e aquela adultez.

Passadas as minhas primeiras dúvidas, descobri que, para conseguir a confiança daquelas crianças, eu precisaria muito mais do que uma lista de providências ou comportamentos ensaiados, mas de tempo, convivência e contato.  E entendi o que a professora deles quis dizer quando me apresentou, muito sabiamente,  dizendo: Essa é a Cibele, ela vai nos conhecer um pouquinho e nós vamos também conhecê-la.

E depois me vieram outras dúvidas…

_Cibele, muito prazer_

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Colcha de retalhos

Nessas minhas andanças pelas escolas, livrarias e bibliotecas de Belo Horizonte estou recolhendo retalhos da minha historia e costurando uma colcha bem bonita… Tem sido maravilhoso reencontrar tanta gente que me me fez ser quem eu sou – ex-alunos, colegas, amigos, pais – e que agora esta conhecendo quem me tornei através dos meus livros.

Pra proxima semana, dois convites especialissimos: na quarta dia 17, às 9,30 da manha, vou estar na Biblioteca Publica Infantil e Juvenil (no prédio da antiga FAFICH, no Santo Antonio), conversando com educadores e contadores de historia. Um grupo que frequentei ha muitos anos atras e onde aprendi essa arte da contaçao. No sabado, dia 20, vou estar no CLIC! pro lançamento de um livro do qual sou personagem.

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_ Claudia _ sem acentos e com internet precaria, mas com muita vontade de postar aqui no Quintal

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Teatro Infantil nas Praças de BH

Anotem aí… agenda de teatro infantil nas praças de belô para o mês de agosto:

aqui

_Cibele_

Voltando devagarinho

Agora sim, quase tudo voltando ao normal depois das férias. O Quintarola vai retornando aos pouquinhos, já que a Clau está no Brasil e sem conexão com a internet. Aliás, fiquem de olho que ela, linda e ruiva como sempre, anda passeando por escolas e livrarias falando de seus livros novos e antigos.

Aliás, o Dentro deste Livro moram dois Crocodilos  está uma coisa de lindo. Texto dela, já com as marcas de um estilo próprio e ilustrações do Ionit Zilberman. Numa boa livraria perto de você.

_Cibele_

sábado, 23 de julho de 2011

O Quintarola vai ali e volta já… vai comprar maracujá

A gente volta sem voltar atrás.

_Claudia e Cibele _

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Entregando a costura da semana: Literatura Infantil

Eu não saberia escrever profundamente sobre esse tema não. Lembrem-se que sou iniciante nesse jogo =)

Mas como a Cibele fez (muito bem)  sobre o teatro na escola, aí vão algumas considerações até um pouco fragmentadas, já me desculpando pelo pouco preparo do prato.

Books

O que eu tenho visto é um progressivo (re)inventar-se da literatura infantil. Uma vontade de  inventar-se como literatura mesmo, já que até bem pouco tempo dominava o caráter educacional (muitas vezes até didático) dos livros pra crianças. Era meio “fácil”, devo dizer, porque bastava transplantar lições pra palavras e imagens, sempre com um conceito de Infância grudado na Escola, na aprendizagem.

A tendência atual, me parece, é bem mais ousada. Note-se as Feiras de literatura infantojuvenil, os prêmios, a globalização, os investimentos no setor. Não é coisa pouca.

Mas pra se desenrolar, a literatura infantil precisa resolver algumas questões cruciais em nível político, filosófico e até plástico.

O modo como se concebe o público infantil mudou. Já é possível perceber a criança como cidadã comprometida com seu tempo e não só como “devir” ou “tavola rasa”. Mas tem muita gente que aproveita justamente dessa nova concepção pra vê-la (e querer mantê-la) como consumidora.

Tem muita coisa boa disponível no Mercado, mas tem muita, muita porcaria, daquele tipo feito pra entreter e basta. Ou pior ainda, do tipo que propõe conceitos politicamente desprezíveis.

O que tem de coisa boa leva em conta, mais que a utilidade, a qualidade do texto e das imagens e ainda a relação entre esses dois âmbitos, considerando contextos, estruturas sociais e culturais. Algumas propostas pecam num lado, outras no outro. Não é fácil “falar” pras crianças, muita coisa que poderia ser boa escorrega bem aí, no discurso, e acaba não acessando os pequenos leitores. Seja pela inadequação das palavras ou pela hiper-elaboração das imagens. Acontece.

A literatura infantil atual navega no meio de muitas armadilhas. Preconceitos, visões distorcidas, manutenção do status quo, medo de apostar no que é diferente, “inanição da inovação”. Mas tem feito passos importantes em direção a uma consciência planetária (pra isso os e-books tem contribuído muito).

Os editores têm um papel fundamental nisso tudo. Mais que os escritores ou que os ilustradores. Uma boa editoria é que vai garantir às crianças uma literatura potente, importante e ao mesmo tempo acessível.

Esperemos.

_Claudia_

 
BlogBlogs.Com.Br