quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Brinquedos extraordinários 2: Sua majestade, o pião

menino_com_piao1

Pra mim, é o brinquedo mais completo que existe. Requer concentração, habilidade, paciência, até um pouco de obstinação. Na sua simplicidade, o pião propõe inúmeras variações de forma, material, mecanismo, bem como de jogo e de jogada. Desde a sua construção até as regras de competição, é tudo complexo e altamente poético: o giro do pião reproduz o movimento dos planetas.

Talvez por isso tenha sido usado como objeto de xamanismo e de outros rituais adivinhatórios na Antiguidade. Existem registros de piões em civilizações tão antigas a perder de vista: Grécia e Roma Antigas, Mali, Japão… Foram encontrados nas escavações de Pompéia. Virgílio, no Livro III, da Eneida, designou o pião quando disse: “Volitans sub verbere turbo.”

Existem basicamente três tipos de pião: o pião tradicional (aquele em que se enrola o cordão por toda a extensão e deppiorraois, num movimento abrupto de puxar a "fieira", é colocado a girar), a piorra, cujo impulso pra girar é simplesmente mecânico, sem o cordão, e a carrapeta, que tem uma hastezinha de madeira colocada paralelamente ao eixo, na qual se infia o cordão que será puxado. carrapeta Esta última é muito brincada nas civilizações indígenas da Amazônia, sendo construída geralmente com cabaça. Mas essas três denominações podem ser usadas como sinônimos também, ao gosto do freguês.

Pra brincar com o pião existem vários jogos: a cela, a caça, a bata. Pra saber mais, clique aqui. Tem até o “chão de pião”, que é um círculo de borracha colocado no pavimento onde acontece a “luta”.

Com o tempo e muito exercício, a gente vai aprendendo alguns movimentos e estratégias que tornam o jogo cada vez mais interessante. Maaas… É como eu dizia pra Cibbele outro dia: esses brinquedos são custosos, não é só chegar e já ir jogando não!

_Claudia_

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Não vale pisar no branco

Pegando carona no CLIPS da Cibbele – que aliás me passou foi um susto! hehehe– me lembrei de outras manias da meninada.

pisar fora1

Todo mundo já viu menino pulando na calçada pra “só pisar no preto”. Ou então desviando de escada aberta. Ou batendo na madeira quando alguém diz alguma coisa que ele(a) não quer que aconteça de jeito nenhum… Ou andando três passos pra frente e um pra trás. Tem tantas outras! Quem lembra de mais alguma?

_Claudia_

Clips, sócia!

É o que se diz quando duas pessoas falam (ou escrevem, como ocorre aqui na internet) ao mesmo tempo. Clips é uma brincadeira da cultura infantil em que o clipado não fala nada até que alguém diga seu nome.

Quando eu era pequena, essa coincidência era o gatilho para que cada um corresse atrás de algum objeto verde e gritasse "Peguei no verde, tirei sua sorte"!

Te peguei!
_Cibele_

terça-feira, 27 de outubro de 2009

31 de Outubro _ Dia do Saci

ilustra retirada do site Jangada Brasil

Não sei se cheguei por último, mas descobri que há um projeto de lei para criação do Dia do Saci. A data não poderia ser melhor, 31 de outubro, data do famigerado Halloween. Achei a idéia muito boa...vai que pega e no lugar das fantasias de bruxas e abóboras iluminadas, nos deparamos nesse dia com toda sorte de assombrações verde-amarelas: Lobisomens, Tutu Marambás, Mulas-sem-Cabeça, Onças da Mão Torta, Cavalos Invisíveis, Pisadeiras, Cachorras da Palmeira, Cabeças-de-Cuia, Negrinhos do Pastoreio, Quibungos, Papa Figos, Boitatás, Alamoas, Cucas e até o Caboclo D´Água que elegantemente ilustra esse post. Ah, ia ser muito mais legal!
E como é a lei que segue a cultura e não o contrário, bem que as escolas poderiam começar a brincar com a idéia...
Enquanto isso, nos divertimos com a Associação Nacional dos Criadores de Saci.
_Cibele_


domingo, 25 de outubro de 2009

Da série brinquedos extraordinários: o bilboquet

Começo aqui uma série sobre alguns brinquedos tradicionais que, sendo muito muito antigos, chegaram até os nossos dias, mesmo com algumas modificações. São brinquedos que, por sua pertinência dentro do universo lúdico, são mantidos como referência, como desafio e como diversão garantida através dos tempos.

bilboquet Existiu um tempo em que o “nobre brinquedo do bilboquet”, como o definia Horace Walpole, era o passa-tempo preferido dos reis e dos cortesãos. Na França do século XVI, Henrique III brincava de bilboquet caminhando pelas salas dos seus palácios e pelas ruas de Paris. O termo é de origem francesa e deriva de bille, boule en bois e de bocquet (ponta de lança). O bilboquet tradicional é constituído de um bastão plano numa extremidade e ponteagudo na outra. Na metade do bastão é fixado um cordão que segura uma bola munida de um furo ou de um anel. O jogo consiste em manter o bastão com uma mão, imprimindo um movimento rotatório de modo que a bola ou o anel se elevem e caiam sobre a extremidade pontuda. Alguns bilboquets antigos são verdadeiras peças de museu, com desenhos e incisões que os tornam preciosos, esculpidos em marfim ou com formas particulares.

_Claudia_

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A escola da moda

Outro dia a Cibbele falou aqui das escolas construtivistas. Ops, esqueci, o correto é dizer “construtivista-sócio-interacionista” né Ci hehe

Aqui na Itália, o top de linha do momento, de quem pode ou quer  pagar escola particular (porque tem sempre a opção da pública),  são as escolas estrangeiras, principalmente de língua inglesa, mas tem também as francesas, suiças e alemãs. Tem até a chiquérrima (e carérrima!) International School que é até interessante, porque lá estudam meninos do mundo inteiro, filhos daqueles pais sem fronteiras, que vivem girando pelo mundo.

Quando morava no Brasil, eu já me perguntava o que faziam aquelas crianças brasileiras, filhas de pai e mãe brasileiros, netas de brasileiros… numa escola americana ou  européia, onde as tarefas são feitas em outra língua, o calendário segue o clima do Hemisfério Norte, onde aprendem conteúdos isolados de  uma outra cultura dentro de uma país com uma cultura, principalmente popular, rica como a nossa.

Fico imaginando os pais desses meninos tentando ajudá-los num dever em uma língua desconhecida ou quase. Fico principalmente pensando nas lacunas de aprendizagem de uma pessoa que frequenta uma escola assim e que no resto do tempo não tem absolutamente nenhum contato nem com a língua nem com aquela outra cultura. Pra mim nem a língua aprendem direito (falta o contexto). E daí entram no círculo vicioso de não assimilar também os conhecimentos mais elaborados que vão sendo transmitidos. Comunicar-se em outra língua não é difícil com boa vontade, as crianças são boas nisso. Mas – e isso eu digo de cadeira – ser inteligente em outra língua não é fácil não!

Mas fazer o quê. Coisas da moda. Os pais acham que estão fazendo um bem aos filhinhos, que estão dando a eles mais chance numa economia globalizada. Será? No fim, o que eu acho mesmo é de duas uma: ou essa gente cheia de boas intenções  é muito ignorante a respeito de aprendizagem ou quer mesmo é ser chique, ser VIP, ostentar em cima do filho.  Aqui, como aí no Brasil, é símbolo de status estudar nessas escolas.

Se ao menos esse pessoal economizasse os rios de dinheiro que gastam numa escola dessas pra fazer os filhos viajarem, estariam fazendo muito mais "pelo futuro deles".  Porque não tem nada melhor que aprender outras línguas dentro do contexto certo, abrindo a cabeça também pra trans-culturalidade. Saber falar inglês ou francês não é nada se você não compreende a história e as contradições desses povos. E pra isso, só in loco. Tô errada?

_Claudia_ em estado de ânimo Graúna Graúna2

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Pintinho Quiquiriqui




Os Clássicos Universais circulam por aí em inúmeras versões. Uma coleção que eu gosto muito é essa aí, da Editora Moderna. Mas de todos os Clássicos, há um que me emociona mais. É o Pintinho Quiquiriqui...Era uma vez um pintinho muito valente, isso eu conto porque sei. Encontrou uma cartinha e foi levá-la ao rei. Mas o pobre não sabia, que o rei era malvado. Pôs todo mundo atrás dele, de cachorro até soldado.


Cada obstáculo encontrado, o pintinho põe "no papo"? Estar no papo é diferente de engolir sapo ou seja lá o quê. Botar no papo é guardar pra usar depois, como aprendi com o Quiquiriqui, o valente e sabido!



Dá pra ouvir aqui a história na coleção Disquinho.



***



A pergunta que não quer calar: Porque o pintinho se chama QuiQuiriqui se ele faz QuiRiquiqui?

_Cibele_



domingo, 18 de outubro de 2009

Questões sérias

Sábado fui ver uma peça pra crianças, encenada por dois palhaços, que se propõe como “teatro social”, ou seja um teatro com o objetivo de abordar questões sérias com o público. Tá. Boas intenções, afinal o mundo precisa mesmo de intervenções sadias.

Maaaaas… como nas brincadeiras “com objetivo pedagógico”, a gente via as crianças meio “interrompidas”: puxava-se pro riso solto, elas se lançavam e de repente vinha um discurso bem politicamente correto (com direito a musiquinhas que pareciam sair de um culto religioso). Os caras eram competentes na arte do palhaço, e eu ficava pensando: Ai, meu São Rodrigo Robleño, por que não param nisso?

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clown

Fico me perguntando das artes de abordar questões sérias com as crianças sem cair na limitada “moral da história”. Monteiro Lobato por exemplo fazia isso muito bem. Tendo a pensar que a coisa passa por saber colocar as mensagens sem explicitá-las. Que elas façam parte do jogo e que não queiram submetê-lo.

E notem bem, AS mensagens. História nenhuma, peça nenhuma, brincadeira nenhuma tem apenas UMA mensagem.

No fim, concluo que esse vazio que a lição de moral implanta pode ser substituído pela inteireza e verdade da obra. Pra transmitir bons valores aos pequenos, basta que a vida seja repleta desses valores. Incluída a vida representada numa obra de arte.

_Claudia_

As grandes atividades arquetípicas da sociedade humana são, desde o início, inteiramente marcadas pela brincadeira. Como por exemplo, no caso da linguagem, esse primeiro e supremo instrumento que o homem forjou a fim de poder comunicar, ensinar e comandar. É a linguagem que lhe permite distinguir as coisas, defini-las e constatá-las, em resumo, designá-las e com essa designação elevá-las ao domínio do espírito. Na criação da fala e da linguagem, brincando com essa maravilhosa faculdade de designar, é como se o espírito estivesse constantemente saltando entre a matéria e as coisas pensadas. Por detrás de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora, e toda metáfora é jogo de palavras. Assim, ao dar expressão à vida, o homem cria um outro mundo, um mundo poético, ao lado do da natureza."

Johan Huizinga - Homo Ludens – 1938

_Claudia_

sábado, 17 de outubro de 2009

O Bebê Glutão



Estávamos aqui outro dia falando sobre o que seria a tal semana do Bebê Robusto, organizada pela Johnson e Johnson em parceria com a Estrela e olha só anotícia que me chega: o lançamento polêmico do boneco espanhol Bebê Glutão. Um bebê que mama no peito.

http://www.youtube.com/watch?v=fqYoZVroBZs

Embora eu seja defensora da causa da amamentação, olhei pra boneca com certa desconfiança. Primeiro porque essas bonecas que andam, falam, mamam, mexem e tals ficam no limite do pitoresco da tecnologia e do mal gosto do hiperrealismo. Segundo que se a cultura infantil absorve e interpreta a cultura adulta, me parece que esse movimento fica meio subvertido aqui e o resultado é bem artificial. Já seria grande passo se as bonecas não viessem com uma mamadeira e mais abertas ao faz de conta.

De qualquer forma, a boa notícia é que a amamentação se tornou mesmo uma questão, não é?

_Cibele_

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Brincando com letras e palavras

aeiou O livro de uma das minhas escritoras/ilustradoras preferidas, Angela-Lago (escreve assim mesmo, até o nome artístico dela é lúdico!), junto com minha amiga Zoé Rios, ex-professora-alfabetizadora, atualmente doutora em Psicologia e professora da PUC, “AEIOU”, da Editora RHJ, está concorrendo ao Prêmio Jabuti de livros infantis desse ano. E eu vou ganhar um de presente! =D

(Olha que coisa. Em Belo Horizonte é impressionante mesmo como TODOMUNDO se conhece. Eu nem sabia dessa parceria das duas. Não sabia nem que a Zoé escrevia pra crianças. Escrevi pra Angela assim na cara dura, tipo fã de carteirinha mesmo, contando da oficina que fiz no IBRIT (Instituto Brasil Italia) com outro livro dela, “De morte”. Fiz uma série de encontros lá esse mês sobre literatura infantil brasileira, cada dia lendo um livro diferente e propondo brincadeiras a partir deles (“Un libro un gioco”). Aí ela resolveu me presentear com o livro e a moça da editora contou que era dela com a Zoé Rios. Bingo!)

Fica aí a dica. Inclusive do site da Angela (link acima), que é imperdível! Destaque pra Chapeuzinho Vermelho que anda por aí cantando "La vie en rose" =D

_Claudia_

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Princesas

Bem divertido o post Naumé (9 de outubro) sobre princesas do blog MM não é confete e Requeijão não é catupiry. Aliás, todo o blog. Quando pequena, a Cinderela, a Aurora e a Branca reinavam sozinhas na Disney. Iasmim, a Bela e a Ariel são da geração seguinte. Que me lembre, a Branca de Neve era a com que mais me identificava.
Atualmente, reli Rapunzel e achei bem oportuno. Mas a blogueira tem razão. A Bela é morena, letrada, cheia de si... só que essa idéia da Bela de transformar o noivo-animal em príncipe não me parece nada boa! Tão cilada quanto acreditar em príncipe e esperar passivamente por ele, é achar que o seu amor vai mudar o cidadão.
E você, qual princesa te convence?
Valeu a indicação, J.!

_Cibele_

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Máquina de Quadrinhos

Este post era para indicar o site Máquina de Quadrinhos da Turma da Mônica, idéia que me pareceu bem legal. Tão legal que não resisti e criei uma história. Com vocês: a história de amor de uma pedra e um arbusto cansados de serem coadjuvantes.

Não votem na minha história porque só depois vi que há um concurso rolando e eu usei a conta da minha pequena para brincar. Gente grande concorrer no lugar de pequenos não vale, certo?

_Cibele_ fugindo descaradamente dos assuntos sérios até que a Clau puxe a minha orelha

Leite materno “expresso”

Há algum tempo atrás, falamos de amamentação aqui. Procurei nos arquivos do blog, mas o post ou os comentários estão escondidos no meio da papelada do quintal =( É que ontem passou na minha frente uma matéria interessantíssima da The New Yorker.

Nela, a jornalista Jill Lepore analisa um fenômeno cada vez mais comum na sociedade norte-americana: as bombas de extração de leite materno. As mulheres modernas, trabalhadoras polivalentes, têm cada vez menos tempo pra amamentar e assim essas bombas seriam úteis pra tirar o próprio leite, armazená-lo e oferecê-lo depois ao filho, na mamadeira. Viraram uma mania nos Isteites, quase tão comuns quanto o celular… com direito a modelito fashion e tudo.

Medela Chicco

O conceito muda: não se trata mais de amamentação, mas de “alimentação com leite materno”.

A National Organization of Women inclusive defende essa idéia e luta para que as empresas adotem “salas de extração de leite” para suas funcionárias. Instigadas por novas leis, algumas empresas começam a se adaptar nesse sentido, colocando além das bombas, geladeiras pra conservação, cadeiras adequadas e até porta-retratos com as fotos dos bebês (pra estimular a produção de leite). Permanência máxima: 10 minutos. (Não é surreal?)

Em todo o país já têm sido motivo pra muita discussão. Enquanto isso, as fábricas dessas bombas crescem e criam novos modelos ultra-tecnológicos, com tempos e velocidades que simulam a sucção natural. O mesmo fazem as fábricas de mamadeiras (essas inclusive, têm uma historinha interessante: nasceram em meados do século 19 muito semelhantes ao seio e eram usadas junto ao corpo da mãe que, por algum motivo de saúde, não conseguia amamentar).

Enfim, segundo as condições atuais, uma mulher americana que deve voltar ao trabalho depois da licença maternidade, conhecedora dos benefícios do leite materno, teria três “opções”: o direito de ter o horário de trabalho reduzido no período da amamentação, contar com creches no local de trabalho, ou usar as tais bombas. Ao que parece, esta última é a opção mais fácil.

Pra quem?

Finito

_ Claudia_

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Brincadeira de índio?

É pra já!

indios2

Engraçado como a cultura indígena é quase sempre vista como alguma coisa curiosa e peculiar. Mas se a gente for ver de perto, ela segue em linhas gerais os mesmos princípios básicos de todas as outras culturas, que seriam as regras de convivência mais naturais. Afastar-se dessas regras é que o curioso e o peculiar. Ou não?

Por exemplo, com relação ao jogo infantil. Nada mais linear, mais afim ao humano, que o modo em que brincam as crianças indígenas. Com poucos meses de vida, brincam com animaizinhos da floresta e com objetos artesanais (jogo de exercício em Piaget). Depois, por volta dos 4, 5 anos, começam a utilizar instrumentos preparados pelos pais pra transmitir as atividades adultas. Os meninos recebem pequenas flechas e arcos, ou pequenas flautas (pra aprender as músicas das futuras cerimônias). As meninas, bonecas de argila (jogo simbólico). Em seguida, lá pelos 6 ou 7, culminam os jogos de regras, ainda baseados na natureza e nos costumes, como os que se vêem no link da Globo Amazônia que a Cibbele falou. Legal a gente ver, pra concluir que é por aí.

Então. O que qualquer estudo vai mostrar é que pelos menos eles estão no caminho certo, porque deixam as crianças brincarem, reconhecem a importância da brincadeira no crescimento e na formação das pessoas. Óbvio, né? Nada demais.

Nem tanto. Pelo menos na cultura ocidental moderna, brincar virou uma conquista, não um estado natural.

_Claudia_

sexta-feira, 9 de outubro de 2009



Olha que bacana o resultado do Mapa do Brincar! Um site com 550 brincadeiras. Tem vídeo, áudio, foto, desenho. E um cantinho pra imprimir o diploma de quem participou. Aninha, Isa e Ciça, bora imprimir o de vocês, heim!


_Cibele_

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Dia das Crianças

Faltando 3 dias para o Dia das Crianças, o mercado não está tão animado quanto nos últimos anos. A televisão não deixou de fazer sua parte, colocando no ar inúmeras propagandas dos mesmos brinquedos de sempre.


O Dia das Crianças no Brasil existe desde 1920, mas só passou a ser comemorado mesmo em 1960, quando a Estrela e a Johnson & Johnson armaram uma promoção para lançar a "Semana do Bebê Robusto", que eu não tenho a menor idéia do que seja...


Aí na Itália há um dia para os pequenos, Clau? O Dia Internacional das Crianças é o dia 20 de novembro, data em que foi aprovada a Declaração dos Direitos da Criança e coincidentemente, dia do meu aniversário.

Então é isso _ firmes para segurar o consumismo, os inúmeros pirulitos distribuídos, o som em alto volume, os parques lotados e a sensação estranha de vazio que dá no meio de tanto barulho.

_Cibele Carvalho_

***

Já perceberam que a maioria das crianças não gosta de tocas, bonés e chapéus fixos nas cabeças dos bonecos?



Começa em casa…

Hal the sky

Em seu livro Half the sky, Nicholas Kristof e Sheryl WuDunn, jornalistas americanos, concluem que está nas mulheres a possibilidade de resolver os maiores problemas do mundo, como a pobreza e a violência.

Através de uma análise da situação feminina no mundo, principalmente em países em desenvolvimento como Índia e China e outros como Paquistão e Arábia Saudita, além de diversos países africanos, afirmam que oferecer ajuda ao desenvolvimento das mulheres não é apenas uma questão de ética, mas o melhor modo de mudar o quadro de miséria e brutalidade geral desses países, o qual afeta principalmente as crianças. Ou seja, quando a população feminina tem boa saúde, vai à escola, trabalha e participa da vida política é a inteira sociedade que obtém benecífios.

As histórias narradas no livro são dramáticas e falam de mortalidade materna, mutilações genitais, aborto seletivo, assassinatos por motivo de dotes, violência doméstica, exploração sexual, casamentos infantis, “delitos de honra”, todas situações terríveis a que está exposta uma quantidade impensável de mulheres no mundo do século XXI. Os resultados de pequenos gestos de suporte e incentivo a estas mesmas mulheres, que os autores também mostram, são surpreendentes.

(No Brasil, o programa Bolsa Família já percebeu que, entregando os contributos às mães de família, as chances de que o dinheiro seja gasto com dignidade e precisão é infinitamente maior).

##

Enquanto isso, o jovem fotógrafo francês Jr está concluindo um trabalho de quase três anos girando pelo mundo, retratando mulheres que vivem em condições precárias. Entre elas, as moradoras da favela da Providência, no Rio. As imagens serão expostas em formato gigante pelas ruas, pontes, viadutos, prédios e outros lugares chiques de Paris. Como fez há um ano, ajudado pelas próprias moradoras e pelas crianças da Providência, colando os retratos nas fachadas das casas e ao longo da grande escadaria que atravessa a favela. O artista realizou um livro em que conta o percurso deste trabalho, o qual distribuiu aos habitantes (não foi comercializado). Além disso, financiou e realizou na favela o utópico projeto de um centro cultural, inaugurado com a presença das crianças do morro. Jr também fez desmontar uma das últimas casas de compensado da Providência(construindo por sua conta uma casa de alvenaria para a família que a habitava), a qual está usando em suas instalações e para projetar vídeos. A casa está exposta no Pavillon de l’Arsenal, o museu de arquitetura de Paris.

Pra quem quiser saber mais, além do site do artista linkado acima, existem vários vídeos circulando pela rede.

_Claudia_

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O jogo da Morra

Indo pro trabalho ontem, passei por uma pracinha. Estava caminhando distraidamente, quando um grito “Sete"!” chamou minha atenção. Vi um pouco adiante um grupo de senhores de certa idade, sentados na grama, com outras pessoas que observavam em volta. Devem estar jogando alguma coisa, pensei. E resolvi me aproximar.

Morra

Estavam mesmo. Me contaram que aquele era o jogo da Morra (se diz móra) e que é assim: os dois adversários estendem simultaneamente as mãos indicando um número com os dedos e contemporaneamente gritam um número de zero a dez. Vence quem diz a cifra que corresponde à soma dos dedos. Se ambos adivinham, ou erram, a jogada é anulada.

No trabalho me contaram que este jogo é antiquíssimo e muito difundido em toda a bacia do Mediterrâneo. Fui pesquisar mais ainda e descobri que é representado em um vaso funerarário conservado no Museu Egípcio de Berlim. Que na época romana era usado pra resolver disputas e assim foi por muito tempo.

Na ópera cômica Rita ou Le mari battu, de Gaetano Donizetti (1841), a Morra é jogada pra decidir quem ficará com Rita: Gasparo, o marido que se pensava morto mas retorna, ou Beppe, o novo marido. Só que, nas artes operescas, o jogo é feito às avessas, os dois querendo perder: Rita é “simpática como areia na cueca”, como costumam dizer aqui =) Acontece.

_Claudia_

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Rapidinhas de segunda-feira tumultuada

Fomos ao teatro ontem. Eu, Cecília, J., Isadora (a mãe da boneca engessada com papel e barbante), Fefê e Ike. Diliça!


***


Na semana passada, assisti ao filme Up em 3 D. Gastei pelo menos uns dez minutos encantada com o efeito e ligeiramente dispersa da história. Fiquei imaginando quando invetaram a TV a cores... Podem os críticos rabugentos tentar dizer o contrário: o efeito é bem legal!


Não sei se é porque sou nômade, mas a imagem de uma casa itinerante mexe tanto comigo! Indico para forasteiros, nômades, anfitriões, crianças, velhos, adultos e bípedes em geral.


***


Olha que legal essa exposição virtual! Op´s, rimou!


Cibele




domingo, 4 de outubro de 2009

E por falar em boneco…

Na festa dos 20 anos da reunificação alemã, em Berlim, a Companhia de Marionetes francesa Royal de Luxe apresentou um espetáculo incrível. Duas marionetes gigantes, feitas de madeira e aço, passeiam pela cidade até encontrar-se em frente à Porta de Brandemburgo.

Para ver as fotos, clique aqui.

E aqui um vídeo da mesma – espetacular – companhia. A expressão da boneca é estonteante. (Querendo ver mais, tem outras coisas no iutubi, não deixem de ver “Le scaphandrier dit rien et attend”) .

_Claudia_

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Chamando todo Mundo


Quem quer ir ao teatro põe o dedo aqui, que já vai fe-char...E de quebra ainda vamos reunir, pela primeira vez, alguns leitores queridos e seus pimpolhos serelepes.
Domingo, às 16:30 na porta do Teatro Marília.
Inté!
_Cibele_




 
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