terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A idade como território–Série Entre Aspas II

 

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Robert Doisneaut

 

“Quando pequenos, foi-nos ensinado que devíamos comemorar o aniversário. Uma vez comemorado, tínhamos tal ou tal idade, da mesma maneira que se têm os dedos da mão. (…) Se penso ou creio que os anos são meus, posso assumi-los e ir assumindo-os como uma pertença existencial.

Os outros também tinham anos, poucos ou muitos, inclusive alguns podiam coincidir em números, mas na individualização das pessoas ao redor, a idade constituía um dos elementos de diferenciação. Além de nos configurarmos como homem ou mulher, menino ou menina, nós, pessoas, tínhamos um caráter que nos vinculava, um nome que nos identificava e uma idade que era nossa ou sua. A idade dos outros podia considerar-se, pois, como a minha, uma pertença que crescia com o tempo.

(…)os anos nos tinham e iam inscrevendo-nos em grupos determinados de idade.

(…) Podemos continuar considerando que os anos são nossos e, portanto, pessoais e intransponíveis, mas deparamo-nos com um indicador que nos mostra que são eles, os anos, que nos possuem.” _ Assim começa o capítulo As Outras Idades ou As Idades do Outro de Caterina Lloret no livro da Editora Vozes Imagens do Outro organizado por Jorge Larrosa e Nuria Pérez de Lara.

_Cibele_

Um comentário:

Claudia Souza disse...

Eu não confesso a minha idade nem sob tortura hahaha
(todo mundo já sabe mesmo! hahaha)
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Muito boa a citação. São números que é melhor desconsiderar, como disse a Audrey Hepburn, até um certo ponto. Senão nos mantém em guetos. Melhor pensar em "faixas", assim se está adequado mas se pode "nadar" um pouquinho.

Aqui na Itália é meio patológico. Quando você conhece alguém, a primeira pergunta é "de onde você vem" (independente se você é italiano ou estrangeiro, querem saber DE ONDE). E a segunda é a tua idade. É mole? Eu sempre brinco: diga você. E eles erram - muito - pra baixo! hahaha Aí eu não corrijo pra não ser antipática hehehe

 
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