terça-feira, 25 de outubro de 2011

Educando no lado B

As escolas mais democráticas  são comumente chamadas “escolas alternativas”. O nome, como a gente já falou aqui, não é muito bom, mas demonstra que elas se posicionam como uma opção diferente das escolas tradicionais.

No discurso dessas escolas, com as quais simpatizo muito, aliás, não raro aparece um “fazer diferente” e uma crítica ao “convencional” e ao “tradicional”.

No entanto, o diferente não é uma qualidade em si. Exceto na arte (e mesmo nela, a pop art apareceu pra mostrar que, às vezes, o mais inventivo é a própria reprodução). 

O problema é que, às vezes, fazer diferente e buscar uma alternativa são atitudes que se apresentam virtuosas por si só. E aí, corremos o risco de cair numa educação para a exceção. A psicanálise gastou boas linhas sobre esse lugar, o lugar de exceção.

Nesse lugar, muitas vezes, a identidade ou a subjetividade estão tão ameaçadas quanto no padrão. A exigência de um currículo “diferente” se torna tão estreita quanto o currículo padrão. E pior, ele esconde suas marcas quando se diz democrático.

Nada disso abala a minha crença numa educação democrática, lugar em que me formei e onde educo os meus filhos, no entanto, quando vejo o adjetivo “excêntrico” sendo utilizado de forma positiva, uma pulga teima atrás da minha orelha.

E da sua?

_Cibele_

2 comentários:

Claudia Souza disse...

Edgar Morin tem uma expressão que casa muito bem com certas experiências: "a inanição da inovação". É uma coisa a que as chamadas escolas alternativas deviam estar sempre atentas.

Cibele disse...

ô...o nome é ótimo!

 
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