segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Desacelerar

Andei lendo alguma coisa - o próximo passo é comprar o livro - sobre a "Pedagogia della Lumaca" (Pedagogia do Caracol). Isso me fez pensar em como a gente vive tão acelerada nos dias de hoje. Tudo tem de ser muito rápido, a gente vive na, e pela, urgência. Temos hora pra tudo, temos pouco tempo pra tudo (apesar de todo avanço tecnológico pra não perdermos tempo). Nosso estado natural acabou virando a pressa. Mas quer coisa menos natural que a pressa?
As crianças, nesse ambiente, acabam sendo contaminadas. É um tal de criança sendo transportada pra lá e pra cá num corre-corre tremendo, é um tal de "Vamo, Fulaninho(a)", "Mova-se, Sicraninho"... É um tal de excesso de conteúdos na Escola, de excesso de informação, de excesso de atividades... Ufa! Só de pensar já me da cansaço por elas. E - infelizmente - é um tal de criança ansiosa, "hiperativa", agitada... Tudo a ver, não?
Sempre fui devagar com as crianças (confesso que pra mim mesma, não), mas ultimamente tenho feito questão de pontuar isso quando trabalho junto com elas. Até porque estou tentando mudar o meu ritmo pessoal também. E percebi como elas reagem bem a este "prêmio" de poder fazer cada coisa a seu tempo, de não ter de terminar um trabalho, de não ser prisioneiro do relógio. É um alívio (e hoje um privilégio) colocar o tempo a nosso serviço e aproveitá-lo de um modo intenso. E pra isso, basta termos consciência de que não precisamos segurar o mundo com as mãos.

_ Claudia Souza _

5 comentários:

Anônimo disse...

lindo lindo lindo! foi por isso que, quando o pedro tinha dois anos nos resolvemos abandonar a cidade, foi a melhor coisa que podia ter acontecido na vida desse carinha que agora ja esta com 7 anos. O ritmo de uma cidade grande pode ser muito estimulante para nos adultos mas ao mesmo tempo cruel para o desenvolvimento de uma crianca.

Anônimo disse...

Lindo texto sócia! Eu mesma estou num desses períodos de urgência e pensando a cada noite em como desacelerar. Por ora, deixo os leitores do Quintarola em boas mãos e espero voltar na semana que vem num outro compasso. Beijos corridos,

Anônimo disse...

Bahhh Eu também vivo correndo. Mas agora to atenta, to tentando bravamente mudar o ritmo. Volta logo, Cibele.

Elisa disse...

Claudia, querida, ao ler este post lembrei da minha enteada, que vive em São Paulo... a bichinha tem uma agenda tão lotada e ainda por cima, tem que se dividir entre a casa da mãe, do pai, dos avós do lado de cá e os do lado de lá.... na nossa casa a gente tenta desacelerar, mas ficamos com ela apenas 4 dias por mês! Não dá pra fazer muito... Aliás, aproveito este comentário para fazer um pedido: sempre nas discussões sobre o desenvolvimento das crianças se fala muito do papel da mãe e do pai, mas pouco se fala das madrastas e padrastos -- esse lugar nem sempre fácil da família, principalmente quando pegamos a rebordosa da briga entre os pais da criança. O que a gente deve fazer para ser um BOAdrasta?
beijos, Elisa

QUINTEIRAS disse...

Entao, Elisa, acho que esse assunto merece um post, né? Vou providenciar... Aguarde!!
-Claudia Souza -

 
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