sábado, 26 de março de 2011

O Discurso científico, o discurso político e o discurso pedagógico

Esses três elementos andam de mãos dadas na sociologia da infância, vez por outra se entrelaçando e se fortalecendo, vez por outra prevalecendo uma voz às outras e prejudicando a mais fraca.

Atualmente, me parece que a voz científica é a mais branda, fazendo as discussões envergarem vez por outra, mesmo na academia, para um bandeira de proteção à infância que como toda ideologia não é palavrão, mas deve ter seu lugar para não empobrecer o debate.

Não estou, de forma alguma, negando o valor da infância e já fiz isso aqui de forma entusiasta, já que o Quintarola se dá ao luxo de atender às três vozes da forma que nos der na telha. Contudo, deixo aqui a minha ressalva para que os educadores saibam que não estamos, salvo por acidente ou inspiração momentânea, tratando do assunto cientificamente.
Acho até que o discurso que prevalece aqui é o pedagógico (pro desespero da Clau, acho), entendido como um conjunto de prescrições, mais ou menos reflexivas. Tá lá no meu post em que defendo a relação entre as crianças e a natureza e em diversos outros lugares. A coitada da sociologia não tem nenhuma responsabilidade pelos meus impulsos de palpiteira.

O que eu quero dizer é que a sociologia da infância entende que diversas infâncias se estabelecem em diversos contextos sociais e só isso já seria bastante para desconversar esse papo universalista da necessidade da natureza, por exemplo e diversas outras prescrições a que nós nos permitimos. Talvez a filosofia desse conta dessa generalização. A sociologia e menos ainda a antropologia, não.

Dito isso, fico mais à vontade para continuar palpitando, vez por outra politicando e eventualmente falando seriamente da sociologia da infância. Aliás, dado que eu estou no primeiro semestre do mestrado, as ideias caminham mais no sentido de levantar e testar hipóteses do que propriamente de tomadas de posições. Peço desculpas antecipadas por isso, mas acho que é um período importante para afinar as ferramentas.

Resumindo, desculpem a sociologia, gente, ela não tem nada a ver com a chuva de pitacos do quintal. Dito isso, tragam o guarda-chuva que lá vem pitaco, indignações e porque não, porções de produção acadêmica.
_Cibele_

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