quarta-feira, 20 de julho de 2011

Entregando a costura da semana: Literatura Infantil

Eu não saberia escrever profundamente sobre esse tema não. Lembrem-se que sou iniciante nesse jogo =)

Mas como a Cibele fez (muito bem)  sobre o teatro na escola, aí vão algumas considerações até um pouco fragmentadas, já me desculpando pelo pouco preparo do prato.

Books

O que eu tenho visto é um progressivo (re)inventar-se da literatura infantil. Uma vontade de  inventar-se como literatura mesmo, já que até bem pouco tempo dominava o caráter educacional (muitas vezes até didático) dos livros pra crianças. Era meio “fácil”, devo dizer, porque bastava transplantar lições pra palavras e imagens, sempre com um conceito de Infância grudado na Escola, na aprendizagem.

A tendência atual, me parece, é bem mais ousada. Note-se as Feiras de literatura infantojuvenil, os prêmios, a globalização, os investimentos no setor. Não é coisa pouca.

Mas pra se desenrolar, a literatura infantil precisa resolver algumas questões cruciais em nível político, filosófico e até plástico.

O modo como se concebe o público infantil mudou. Já é possível perceber a criança como cidadã comprometida com seu tempo e não só como “devir” ou “tavola rasa”. Mas tem muita gente que aproveita justamente dessa nova concepção pra vê-la (e querer mantê-la) como consumidora.

Tem muita coisa boa disponível no Mercado, mas tem muita, muita porcaria, daquele tipo feito pra entreter e basta. Ou pior ainda, do tipo que propõe conceitos politicamente desprezíveis.

O que tem de coisa boa leva em conta, mais que a utilidade, a qualidade do texto e das imagens e ainda a relação entre esses dois âmbitos, considerando contextos, estruturas sociais e culturais. Algumas propostas pecam num lado, outras no outro. Não é fácil “falar” pras crianças, muita coisa que poderia ser boa escorrega bem aí, no discurso, e acaba não acessando os pequenos leitores. Seja pela inadequação das palavras ou pela hiper-elaboração das imagens. Acontece.

A literatura infantil atual navega no meio de muitas armadilhas. Preconceitos, visões distorcidas, manutenção do status quo, medo de apostar no que é diferente, “inanição da inovação”. Mas tem feito passos importantes em direção a uma consciência planetária (pra isso os e-books tem contribuído muito).

Os editores têm um papel fundamental nisso tudo. Mais que os escritores ou que os ilustradores. Uma boa editoria é que vai garantir às crianças uma literatura potente, importante e ao mesmo tempo acessível.

Esperemos.

_Claudia_

3 comentários:

Cibbele Carvalho disse...

Boa, sócia! Na próxima semana, não vou poder atender a nenhum desafio, já que vou pra um sítio e nem sei se tem internet/telefone por lá.

Vou ver se deixo um post de molho, tá?

Beijos

QUINTEIRAS disse...

O Quintal vai ficar um pouco adormecido semana que vem então. Tudo no pó de pirlimpimpim =) Desafios de molho.
Mas a gente volta.

Cibbele Carvalho disse...

Blz...férias coletivas...hahahaha

 
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