A construção da Moral de uma criança é um trabalho tão delicado com o qual poucos adultos colaboram. É sempre mais fácil favorecer a heteronomia que a autonomia. Aliás, não se pensa muito nisso não: é “normal” adulto mandar e criança obedecer, é “normal” adulto castigar e criança ser castigada, tanto quanto é “normal” a criança agir “corretamente” (isto é, como o adulto diz) só pra ganhar o prêmio ou pra agradar o adulto. Hoje em dia tem sido “normal” também “largar essa coisa de regras pra lá”…
Precisa de muita reflexão ética e de muita firmeza pra querer colaborar nesse sentido; aliás sentido, é essa a palavra justa. Porque em tudo que se refere a crianças existe uma busca de sentido. Inclusive nas regras. O trabalho com as crianças passa necessariamente pelo sentido das coisas. Por isso é um trabalho muito mais CULTURAL que pedagógico.
Piaget escreveu um livro muito bom sobre a moralidade e pra quem não se importa de pelejar com o “estilo” de escrita do grande epistemólogo suíço, aí vai a indicação.
O Juízo Moral na Criança, Jean Piaget, 304 págs., Ed. Summus.
Eu sempre pelejei e sempre valeu a pena.
Pra quem, ao invés, quer um texto breve e bem escrito sobre essa obra, tem esse artigo aqui que dá algumas noções importantes de um jeito bom.
Outra ótima fonte a respeito são os escritos do psicólogo Yves Della Taille, especialista em Psicologia Moral. Aqui um ótimo vídeo dele, mas guglando você encontra muito mais.
_Claudia_
Nenhum comentário:
Postar um comentário