Edgar Morin fala muito nisso. Mas é o tipo do conceito fácil de entender e difícil de assimilar. Porque a gente tá infestada de pensamentos do século XX. E Morin propõe justamente “sair do século XX” , dar uns volteios, uns giros pra ver as coisas a partir de novas perspectivas.
Daí que essa conversa de consciência planetária fica ainda muito presa – atrelada - na conversa daS culturaS, das raízes, da singularidade, de povoS, de sistemas, de distâncias, de fronteiras. Mas a História é um mecanismo dinâmico, poroso, mutável, flexível. É tudo movimento e busca de relações, não podemos ficar enraizados.
Pelamorideus, cultura é importante, raízes são importantes, mas se a gente pára nelas, elas perdem o sentido, fica fundamentalista. A cultura e as raízes serão sempre referências pra gente pensar o que é, mas se a gente parte de pensar o que deseja tem mais chance de andar pra frente. O que cada um deseja, sozinho, em grupo, em pares, tanto faz. Taí o ponto de partida. (Cheguei à conclusão que conheço muito mais alguém perguntando “pra onde você gostaria de ir” que “de onde você vem”, porque na primeira pergunta vem incluída a segunda).
Enquanto isso as crianças estão vivendo variados aquis e agoras. E já nascem com consciência platenatária. Criança não acha nada longe, nem tão diferente assim, não tem medo de avião, não se atém a particularidades (embora saibam observar) como cor da pele, que língua fala (elas arrumam um jeito de se comunicar), como se veste, se é rico ou pobre, se… se… se… Criança bota na mesma panela o que podia ser antagônico (como por exemplo natureza e tecnologia), vive no absurdo, na incoerência, aceita o complexo. E assim tem mais chance de, mesmo sendo ser político, não oprimir.
Eu acho que as crianças já saíram do século XX e a gente anda correndo atrás delas com o nosso furor pedagógico inútil. Quem sabe aprender um pouco com elas?
_Claudia_ fazendo as malas pra amanhã chegar do outro lado do mar
2 comentários:
Tá inspirada, heim! Aqui tá frio, mas o conselho vem tarde, vc já deve estar no aaaarrrrr...
Sobre perguntar onde se quer ir...Lembrei do gato de Alice dizendo que tanto faz que caminho tomar se não se sabe onde se quer ir...
Beijos
FRIO?????? Ta brincando??? Isso aqui é o paraisoooooooooooooo do clima!!!
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