quarta-feira, 9 de junho de 2010

Divagações sobre o Palhaço

O Palhaço é um personagem muito afim ao mundo infantil. Toda criança adora. Aliás, nem toda, porque ele estranhamente costuma ser escolhido (até com muita frequencia!) como objeto de medo e tensão dos pequenos, no meio de aranhas, crocodilos, ladrões, cães, lobos, fantasmas e outros seres “assustadores”. Por que será? Eu perguntava isso pro meu sobrinho quando era bem pequenininho e tremia ao ver um palhaço, mas ele nunca soube me explicar. Fica uma grande interrogação (que nem pretendo querer responder pra não cair em nenhum psicologismo).

De todo jeito, o Palhaço é o querido da meninada. Deve ser porque (e isso me arrisco a teorizar) como costuma dizer o Rodrigo Robleño, “o palhaço é um ser levado, nas duas acepções da palavra, isto é, de ser levado pela vida e de ser uma pessoa levada, danada, bagunceira”.

Pra ser Palhaço o processo é mais duro que se imagina. Porque o sujeito precisa, em primeiríssimo lugar, e isso aprendi também com o Rodrigo, aprender a lidar com o seu próprio ridículo. Porque é do próprio ridículo, projetado no ridículo do palhaço, que as pessoas riem. E que as crianças compartilham. O que pros adultos é um desafio, pras crianças é só um jogo. O Palhaço precisa conhecer bem as regras do jogo e saber até onde ir, o que é permitido ou não, senão não “funciona”, não diverte. viralata igarapé 1

Não basta (o exagero pode até atrapalhar) vestir-se de Palhaço, botar peruca, um narigão vermelho (aliás, esse ítem deriva do nariz vermelho dos primeiros palhaços, que não eram lá muito sóbrios) e fazer palhaçada. Não basta ter boas intenções. Cada um de nós tem um Palhaço dentro que precisa ser encontrado se se quer ser Palhaço de profissão. Poucos conseguem.

_Claudia_

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