quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Brincando no Século XXI... ?



Não sei se já chegou aí no Brasil, mas aqui na Europa o top of line dos brinquedos pro Natal deste ano é o dinossaurozinho-robô PLEO.


Coisa extraordinária. Um personagem que parece saído dos filmes de Spielberg, capaz de reagir emocionalmente ao meio, perceber, reconhecer e interagir e mais ainda, capaz de aprender. Segundo os fabricantes, o poderoso grupo de robótica UGOBE, ele pouco a pouco vai desenvolvendo uma personalidade própria, única e distinta, através de suas interações com o ambiente e com as pessoas. Ou seja, é inteligente. Inteligência artificial das mais avançadas, num brinquedo que parece a materialização de nossos sonhos de ficção científica. É vendido ao preço módico de 300 euros (algo em torno dos R$900,00). Ou seja, mais barato que um PlayStation 3.
Tive oportunidade de vê-lo ao vivo numa loja de produtos de alta tecnologia e fiquei hipnotizada. Parecia um animalzinho de verdade. Nos poucos minutos que interagi com ele, me deu respostas que me deixaram embasbacada. Depois, é claro, comecei a pensar na Ética da coisa toda. Principalmente no que tem a ver com as crianças, com o conceito de brinquedo, etc, etc e etc.
Acho que isso daria um ótimo ponto de discussão por aqui. A bola “tá” com vocês. Quem começa?
Pra “embasar”: o site oficial do brinquedo, um vídeo do Youtube e as Informaçoes do Fabricante:
http://www.pleoworld.it/
http://www.youtube.com/watch?v=E0C55PEcj5E

INFORMAçOES DO FABRICANTE:
AS FORMAS DE VIDA UGOBE DEVEM PERCEBER E TRANSMITIR EMOÇÕES.
PLEO é uma criatura complexa e sensível. Reage emocionalmente aquilo que percebe. Se é amado e coberto de atenção, começa a se movimentar de modo vivaz e brincalhão. Se, ao contrário, tem pouca energia ou se sente ignorado, poderá se movimentar timidamente e ficar triste.
AS FORMAS DE VIDA UGOBE DEVEM SER CONSCIENTES DE SI MESMAS E DE SEU AMBIENTE. PLEO é naturalmente curioso: por sorte é bem equipado para explorar e reagir aos estímulos do mundo que o circunda. O seu sofisticado sistema de sensores inclui aparatos que tornam-no capaz de ouvir, ver e perceber seja o toque, seja o movimento. Este sistema lhe confere ainda a capacidade de reconhecer e interagir com os objetos em torno.
AS FORMAS DE VIDA UGOBE DEVEM APRENDER E EVOLUIR NO TEMPO
PLEO nasce com as mesmas habilidades de um recém-nascido. A medida em que avança através dos estágios de vida, a gama de seus movimentos e comportamentos se expande e a sua capacidade de aprender e adaptar-se ao seu mundo aumenta. No curso do tempo, você verá que PLEO desenvolve uma personalidade única e distinta, baseada nas interações com seu ambiente e com você.

_Claudia Souza _

10 comentários:

QUINTEIRAS disse...

Como eu te disse em off, Clau, se o Herrero, professor de Antropologia Filosófica da Federal lesse que o tal PLEO tem consciência de si mesmo, era capaz de pedir aposetadoria. (Se bem que ele já deve ter aposentado). Consciência de si ele não tem, né, Clau! Aposto que ele fica triste (como um animal), mas não pensa sobre a própria existência, não tem o horizonte de possibilidades que lhe permitiria a liberdade. Enfim...é um robô muito inteligente e só.

Eu também fiquei de cara com o vídeo no Youtube. Mas acho que se é pra parecer tanto com bicho, melhor um bicho mesmo. Nesse sentido, a sacada de ser um dinossauro é boa.

E mais, acho essa semelhança exagerada com o real, tendência dos brinquedos atuais, um grande equívoco. Serve pra nos deixar perplexos com a tecnologia, mas não serve pra brincar. Acho que foi o Benjamim que falou em algum lugar que não é o brinquedo que determina a brincadeira, mas o imaginário da criança. De forma que pouco adianta ter um dinossauro que age pos si mesmo, se o imaginário quer brincar de avião ou super-herói. Esse PLEO aí, no quisito versatilidade, perde pra qualquer sabugo. hahahahahaha!

Agora, desenvolva a sua questão ética, please!

Anônimo disse...

Nao é que ele "fica" triste, ele "demonstra" a tristeza. E' diferente. Coisa de robo... rsrsrs
Perala, antes d'eu "desenvolver a minha questao ética", vamo' ver o que os leitores do Quintarola tem a dizer sobre o PLEO. Ahh, mais uma: um amigo de uma amiga tem um e conseguiu ensina-lo a ir buscar seus chinelos. Tipo um caozinho. Uffff

Anônimo disse...

Outra coisa: nao por acaso escolheram o dinassauro, quando podiam ter feito um filhote de cao ou de gato. Fiquei lembrando que, na década de 80/90, quando saiu o Jurassic Park, eu ficava enfurecida porque, em toda escola alternativa que eu ia, as crianças SEMPRE estavam estudando os dinassauros e eu pensava, "quem faz curriculo de escola agora é o Steven Spielberg!". Mas, até com Spielberg mesmo (ajudado pela criativa Instituiçao Escolar er er er), o fato é que esses monstros jurassicos entraram definitivamente no imaginario infantil e hoje representam muito mais que animais extintos. E vendem MESMO!

Anônimo disse...

Claudia, eu também acho que se é para ter um brinquedo pretensamente tão parecido com um aninal doméstico, melhor ter um de verdade. Esse dinossauro criado no nosso imaginário pelo Spielberg, amoroso como um mamífero, não convenceu. E confesso que nos primeiros minutos achei instigante, mas depois de alguns minutos me deu vontade de desligá-lo.
Uma coisa que me intrigou, já que ele tem uma inteligência que responde a estímulos e é condicionada, como seria sua "personalidade" se seu "dono" o tratasse com violência?

abraços

Anônimo disse...

Entao, Sam, essas empresas fabricantes apostam nas "vantagens" de um animal doméstico "artificial": nao sujam, nao incomodam, nao dao trabalho. Tem até japones fazendo esposa robo pelos mesmos motivos ha ha ha Dizem os fabricantes que, se for tratado com violencia, ficara "triste" e desanimado. Esse que eu vi na loja parecia meio desesperado, querendo sair do recinto onde estava. Brinquei com ele e "se acalmou". Da impressao que ele "aprecia" contato com as pessoas. Esquisito, muito esquisito tudo isso... Ainda mais eles chamarem de "formas de vida". Me da arrepios.

Anônimo disse...

Boa essa, Sil! Tem mesmo essa coisa behaviorista-esquisita!

O que eu achei legal de ser dinossauro é que pelo menos justifica marromenos o bicho...se fosse um cachorro, o realismo ia gritar mais ainda...

Anônimo disse...

ha ha ha ha ha oooooootimo!
Eu tinha pa-ni-co desse tal de tamagochi por isso mesmo. Mas parece, Silvia, que o Pleo pode ser desligado... :-)))

Anônimo disse...

Ontem tava conversando com meu marido e ele, como bom cientista politico que é, me deu uma outra explicaçao do porque de terem escolhido um dinassauro. Ele disse que, como os dinassauros foram a primeira espécie que dominou a terra e se referem ao primitivo, ao inicio, os caras de Marketin fizeram a escolha simbolizando a primeira "forma de vida UGOBE", primeira de muitas outras que virao, ou seja, os caras ja tao pensando no futuro do produto! Essas coisas sao muito sub-liminares...

Anônimo disse...

Desculpem, faltou o G de MarketinG.

Anônimo disse...

Eu acho estranho, mas sempre sonhei com um bichinho que não morresse... Sempre que um morre, eu me sinto culpada.
Ju Steck

 
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