quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ética para a Infância - parte 2




--> desenhos da Clari, 3 anos, e da Ceci, 7 anos, filhas da Carol <--


Suponhamos que vocês, assim como eu, não sejam católicos, não concordem com o consumismo e com a violência. Suponhamos também que vocês se indignem com a corrupção _política ou não_, com os preconceitos social, racial, de gênero (incluindo homossexuais) e com a poluição. Pois então, essa ética, a nossa ética, é pautada pela negação de práticas hegemônicas e se define antes de tudo pela negação dessa prática.


Nesse caso, as crianças vão se deparar em casa com uma verdade diferente da verdade ouvida na rua e me parece contraproducente que essa verdade não seja nada mais que uma negação da primeira.

A Carol, amiga que outro dia deixou aqui suas marcas, saiu com uma solução que me pareceu genial dentro dessa lógica da necessidade de uma ética mais positiva, isso é, que não se defina pela negação da outra. Quando perguntada pela filha sobre o que afinal eles eram, a Carol brilhantemente respondeu: pacifistas, minha filha. Nossa família é pacifista!

Imediatamente pensei como é que eu não tinha pensado nisso antes e, de agora em diante, minha família, assim como a da Carol, é adepta do Pacifismo. Quem tiver um nome igualmente bom, que levante à mão.



_Cibele _ que apesar de uma virose do caçula, greve de ônibus dificultando o acesso da moça que trabalha aqui, muitas festinhas noturnas, um bloqueio para cadastro dos celulares (na semana da virose), paralização dos professores das escolas particulares, tempestade e falta de luz, dá um jeito e vem matar saudade da Cachaça Quintarola.

6 comentários:

Carol disse...

Ci, você definiu muitíssimo os meus motivos. Não tinha parado para racionalizar, mas a questão é bem essa, não negar simplesmente, mas também não aceitar sem questionar.
PS: Clarice ficou eufórica ao reconhecer o Tuburu, hehe. Beijo e melhoras pro pequeno.

Claudia Souza disse...

O que eu acho mais importante de tudo isso é que a família deixe claras suas posições/opiniões/posturas mesmo se muito diferentes das outras. Porque é nelas que as crianças se pautam. Qual o problema de ser diferente, de pensar diferente? Não é necessário pertencer a nenhum movimento, basta ser livre-pensador.
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Escuto, por exemplo, muitos pais, mesmo que não sejam católicos, dizendo que vão botar o filho no catecismo porque todos os colegas vão e ele ia se sentir diferente se não fosse (e principalmente se não participasse da cerimônia da Primeira - na maioria das vezes única - Comunhão). Acho essa atitude, como as muitas outras relacionadas, um completo contra-senso e inclusive um desrespeito à crença em si. Meu filho é um dos (já!) 20% dos alunos italianos que optaram por não frequentar as aulas de religião na escola. Porque somos agnósticos mesmo, e religião nenhuma nos serve. Não seria coerente se ele fosse só pelos outros 80%.

Cibbele Carvalho disse...

Clau, nadar contra a maré, me parece, dá mais trabalho. Porque talvez as crianças católicas não precisem colocar em cheque as suas crenças na mesma frequência e intensidade que as não-católicas. Tive um aluno uma vez que me surpreendeu muito positivamente. A gente resolveu trabalhar religião na aula de filosofia e a a abordagem que pareceu mais correta era a descritiva, mais para as crianças perceberem que havia outras formas de crer (nem era de pensar) e que isso não era prejudicial. Pois esse menino, com 12 anos, quando perguntado sobre de que religião era respondeu que era ateu. E apresentou o ateísmo sozinho, enquanto os católicos estavam num grupo grande, assim como os crentes e mesmo os espíritas não estavam sozinhos. devo dizer que ele foi brilhante na colocação dele e no respeito a posição dos colegas. E acho que isso ele ganhou assim, tendo a sua posição confrontada, porque eu acho que esse é um terreno de luta, muito mais que de diálogo. Então há um preço, sim, mas muito barato quando se trata da liberdade de pensamento (ou de crença) como a Clau bem lembrou.

e. s. disse...

eu gosto tanto de vcs...

=)

Cibbele Carvalho disse...

Carol, manda beijo pras meninas e boa sorte aí com maridon enfermo. Vc assistiu a Culpa é do Fidel? A protagonista vai te lembrar muito da sua Ceci, assim como me fez me lembrar da minha Ciça.

E.S, Depois a Clau é que fica com fama de Lúcia Helena! Um paparico desses faz a gente ganhar o dia, né sócia?

Claudia Souza disse...

Mas a gente também gosta um tanto assim do Matuto! =)
Aliás, foi ele que me ensinou a fazer essa carinha =)

 
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