quarta-feira, 28 de julho de 2010

Chovendo no molhado - Xuxa, não!



Parece ser unânime a opinião de que a Xuxa não acrescentou muito para as crianças dos anos 80. Até a própria, depois de ganhar rios de dinheiro, resolveu mudar o rumo da prosa, parando de se vestir como uma chacrete de matinê e aderindo a um pedagogismo estereotipado.



A Clau escreveu um artigo excelente (não achei o link, sócia, você ainda o tem?) há tempos atrás e lembro de que o lendo, pensei: ô, que bom que tem gente que escreve sobre o que parece (só parece) evidente. A exemplo da sócia, vou chover no molhado, já que a fase pedagógica da Xuxa conseguiu convencer alguns bem intencionados.



Pra começar, quem gosta de fofoca, pode dar uma passeada pelas notícias pessoais da vida da moça e perceber que ela não mudou nada, isso é, não se tornou uma pessoa legal e consciente porque ganhou um filho.



Mas, para não ser acusada de tomar o artista (cof, cof) pela obra, vamos à segunda.



Ela continua cantando mal demais! Os compositores são péssimos! Os clichês ecoam nas letras e nos ritmos e musicalmente continuamos torturados por aqueles tecladinhos dos anos 80.



Mas, se pensar na música musicalmente for só um detalhe, se exigirem que ela seja pensada pedagogicamente, convencidos pelo argumento de que a criança aprende alguma coisa com ela...vejamos...muitas músicas da Xuxa são adaptações de produções estrangeiras, mais especificamente americanas.



Entre uma música que toca no Barney e outra que você já ouviu em algum pianinho de brinquedo, aparece a pedagogia matemática do patinho. Nela, a criança aprende a contar, coisa que qualquer moleque que domine o pega-pega pode fazer sem com isso perder de vista a educação musical e a cultura de seu próprio povo.



Bom, se você ainda não se convenceu, deixo aqui um vídeo da moça desensinando a brincar de estátua.



E duas opções de estátua, muito mais bonitas, além de genuínas da cultura lúdica brasileira.



1) As crianças formam uma fila. Uma criança líder vai puxando uma a uma e perguntando se ela quer: pimenta, pimentinha, pimentão ou sapatinho de algodão. Se for pimenta, ela é puxada normalmente e vira estátua, se for pimentinha ela é puxada devagarinho, se for pimentão é puxada com força e se for sapatinho de algodão é carregada e por fim vira estátua. Depois de todos se tornarem estátuas, o líder diz:



Entrei no jardim de flores,

não sei qual escolherei,

aquela que for mais bela,

com ela me abraçarei.



O(a) escolhido(a) ganha um abraço e passa ser o líder.




2) Outro jeito de brincar é em roda, todos vão cantando:


A casinha da vovó,

Cercadinha de cipó,

O café tá demorando,

Com certeza não tem pó.

Brasil 2000

Quem mexer, saiu!



Agora fala você, afirmar que a Xuxa resgata as brincadeiras infantis é ou não é piada ou estória pra boi dormir?



_Cibele_












4 comentários:

Claudia Souza disse...

Deve ter ainda no site do Clic, www.centroludico.com.br, sessao artigos.
##
Putz, essa Xuxa é o fim. No more comments.

Cibele disse...

Esse mesmo, Clau! Valeu!

A guerra ainda não acabou, Clau! hahahahahaha

Minha sobrinha Isadora, outro dia me disse que brinca assim...canta Marcha Soldado e no fim vem "Brasil 2000 quem mexer saiu". Outro jeito também...

Fernanda disse...

Nossa, Ci, esse da Pimentinha, pimentão, eu brincava demais!! Delícia! O texto da Clau sobre a Xuca ainda está no site do Clic, eu vivo mandando pra um monte de gente.. Pode, Clau??.. rs... É o melhor texto sobre a BRUXA que eu já li. Beijos!!

Claudia Souza disse...

Claro que pode, Fernanda!! =)

 
BlogBlogs.Com.Br