sábado, 9 de outubro de 2010

Inteligência ou inteligências?

Gardner Há algum tempo atrás, escrevi uma resenha numa revista de educação sobre o livro “Inteligências múltiplas: a teoria na prática”, do Howard Gardner. Livro importantíssimo que documentou a extensão até a qual os estudantes possuem diferentes tipos de mente e, portanto, aprendem, lembram, desempenham e compreendem de modos diferentes.

Acho que isso foi em 1996. Pois é, pouca coisa mudou nesses quase 15 anos. As escolas continuam a insistir num modelo de transmissão de conhecimento basicamente linguístico e/ou lógico-matemático. Sem estimular (ou na melhor das hipósteses estimulando pouco) outras áreas igualmente importantes, como representação espacial, pensamento musical, corporal, compreensão do outro, compreensão de si mesmo... Será que demora tanto assim pra sacar o óbvio?

Para Gardner, a diferença está no “vigor” ou grau dessas inteligências e na forma como são “invocadas e combinadas em função dos diversos procedimentos necessários”.

Sei que tudo em Educação é processo. Mas… Não é tão difícil assim buscar e reconhecer diferentes “entradas de conhecimento” para diferentes sujeitos, estender as formas de representação já trabalhadas aos diversos grupos, em vez de procurar adequar e homogeneizar as estratégias e habilidades da população de maneira geral. Assim, uma criança cuja inteligência seja vigorosa num determinado modelo pode ser estimulada a utilizar suas destrezas e desenvolver outras através delas.

Se as escolas diversificassem suas formas de transmissão e produção de conhecimento e oferecessem iguais oportunidades de sucesso escolar, se incrementassem trocas entre os diversos indivíduos, quem sabe conseguíssemos delimitar o que é dificuldade de aprendizagem e o que é simples desconhecimento técnico das peculiaridades da inteligência, ou melhor, daS inteligênciaS.

_Claudia_

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