Esse fim de semana, estive num curso com o brincante Levindo Diniz, experiência que garantiu o saldo positivo do feriado depois de dois programas culturais para criança da categoria super roubada. Estive mais quieta, observando tudo e convicta de que o brincar é mesmo, como afirma Lydia Hortélio, o "último reduto da espontaneidade".
Fiquei pensando se o brincar proposto pelas escolas é um brincar genuíno ou mera sabatina disfarçada. E se o ficar quieto, observando é um não brincar. Como é que a escola, principalmente a que determina objetivos pedagógicos pro brincar, lida com a falta de vontade de brincar?
À certa altura, minha mão coreografava livre e distraídamente com o barbante da brincadeira proposta, quando uma colega ao lado me alertou: você arranjou um novo jeito de brincar!
Então fiquei pensando que a gente pensa melhor quando a ideia passa pelo corpo e pelo coração da gente. Mesmo que quietos.
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No oooutro fim de semana, a convite da querida Fefê, assisti ao espetáculo A Ver Estrelas e gostei muito, feita a ressalva de que o texto (maravilhoso) é um pouco indigesto às crianças muito pequenas, o que não chega a ser ruim, já que poucas produções se ocupam das crianças maiores e dos adolescentes.
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Bonito demais esse post do Garrocho.
Cibbele Carvalho
5 comentários:
Quando faço oficinas de sucata (só uso essa palavrapra vocês entenderem, porque prefiro mil vezes material recuperado) com as crianças aqui no Museu digo sempre pra elas ficarem quietas e esperarem as idéias pousarem em suas cabeças antes de criar seus brinquedos. Sem pressa, por favor - acrescento. Não tem de acabar nada, o jogo pode continuar muito depois que acabar o tempo da oficina. Eu acho fundametal um pouco de quietude pra brincar melhor, principalmente se é brincar de criar. Nas brincadeiras também, no momento de combinar as regras e nas primeiras jogadas, vale muito a concentração. E quem disse que menino tem dificuldade de concentrar? Tem nada. Às vezes falta hábito e vontade, mas concentração eles têm de sobra (o cérebro deles é fresquinho).
Bonita essa idéia da idéia pousar...
Na sua oficina, Clau, o não querer brincar não deve aparecer muito. Mas e nas escolas que curricularam o brincar, como faz quando a criança não quer brincar?
Eu lembro do meu brincar como uma atividade mais secreta, indominável, um lugar de resistência, digamos assim...A minha filha desde sempre me fala: não me olhe brincando...De repente, obrigam as crianças a brincar, num tempo e num espaço determinados, enquanto adultos observam e avaliam tudo. Estranho...
Pois é, estranho e triste. Lembro de umas crianças (de escolas caras e chiques de BH) que chegavam ao CLIC e quando a gente dizia que ia contar história, diziam: - Ah, não, história não! A gente perguntava por que e elas respondiam: - Depois tem de fazer re-escrita! Isso me matava de dó. Pensava em mim mesma saindo de um filme maravilhoso e tendo de fazer "atividade de interpretação" dele. Sejam as mais caretinhas, tipo perguntas e respostas, ou essas de re-escrita, são sempre a didatização da Cultura da Criança, né?
Realmente, isso de TER DE brincar tira o sentido da coisa. Principalmente porque, em se tratando de Escola, estão sempre presentes os mecanismos de controle.
Ei, foi legal o Ver Estrelas, né?? Ficamos cantarolando o musical depois...
Beijo
(estamos de recesso essa semana e não temos aula, né?)
Fefê
Fefê,
Eu adorei, as crianças boiaram um pouco, né? Mas de qualquer jeito ficam as sensações, o estético...
Pois é, essa semana vai ser boa pra ruminar...
: )
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