sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um post para Rosana

Flávia de Rin

O post sobre brincadeiras de guerra da Clau me fez lembrar de discussões que ocorreram na ocasião da notícia sobre essas crianças que brincavam com pós de giz em Sapucaia do Sul.
Lembro de ter estranhado a reação dos educadores da escola e a comoção geral causada pela notícia. Era como se a escola fosse responsável pelo conteúdo das brincadeiras das crianças, como se pudesse controlá-lo. Esse olhar moralizante não enxerga a origem da brincadeira, isto é, o contexto social desses meninos. Por mais que não se queira admitir, há uma coincidência entre a brincadeira e o fato de que a cidadezinha da região metropolitana de Porto Alegre é uma das mais violentas do Estado.

Numa dessas discussões, acabei conhecendo a Rosana Padial, uma profissional do brincar que me apresentou o livro Brinquedo e Cultura de Gilles Brougère em que o autor afirma: A brincadeira é, entre outras coisas, um meio da criança viver a cultura que a cerca, tal como ela é verdadeiramente, e não como ela deveria ser.

Com a generosidade típica de quem sabe brincar, a Rosana ainda me mandou um vídeo lindo do seu trabalho em que ela levanta, entre outras características do brincar, a leveza, que transforma em risada a mais dura realidade.

Rir de si mesmo, diria André Comte-Sponville, é a única forma legítima de humor e a mais necessária, já que levar-se a sério demais é não ter humildade. As crianças o sabem bem...
_Cibele_

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