domingo, 28 de fevereiro de 2010

Contos Brasileiros - Uma festa no céu


Talvez fosse preciso aprofundar um pouco mais nesses conceitos literários...os contos, as lendas, as fábulas e os mitos e isso é impossível para alguém que, como eu, está com o escritório encaixotado. Mas o post da Clau me fez lembrar na mesma hora do conto etiológico (que explica a origem de um nome, característica animal ou lugar) que carrega muito da cultura brasileira.


Festa no céu é uma história de uma festa reservada aos que voam e da solução que o sapo, bicho com jogo de cintura suficiente para circular na terra e em meio aquático, arranja para aparecer por lá. Mais brasileiro impossível. O sapo não podia ser outro que não o Cururu, aquele da beira do rio, que canta quando tem frio.


Festa no céu pode ser facilmente relembrada na coleção Disquinho, na coleção Clássicos Infantis da Editora Moderna (que ilustra este post) e na memória dos mais velhos que generosamente ainda se dispõem a contar histórias assim de pronto.
Quem lembra de mais uma?
_Cibele_ tentando fazer 2010 começar pra valer




8 comentários:

Claudia Souza disse...

Então, os contos populares podem ser classificados basicamente em:
contos "de origem" (que seriam esses etiológicos que você falou); contos "de esperteza"; contos "de riso" e contos "de peleja". Os primeiros são às vezes confundidos com contos religiosos porque fazem referência a divindades ou outros conteúdos seja da tradição judaico-cristã, indígena ou africana. Entre os segundos, muitos são atualmente considerados politicamente incorretos e evitados pelas escolas, o mesmo acontecendo com os terceiros, por terem algumas vezes caráter tido como obsceno. Já os últimos foram imortalizados na Literatura de Cordel, que embora os priorizem lança mão também das outras modalidades.
Ótimo tema pra gente se aprofundar mesmo, heim Ci!

Cibbele Carvalho disse...

Bora, Clau? E tem que ver onde entram os mitos e as lendas. Vou lembrando de outros contos pra postar...Beijos
Ci

PS: Arrasou na explicação ultra didática!

Claudia Souza disse...

Aí já é outra coisa. Os mitos são os personagens inventados pelas diversas culturas, no nosso caso o Saci, a Cuca, a Mãe D'Água, o Curupira... E as lendas são as principais histórias envolvendo esses personagens e/ou outros, de caráter surreal, que tentam explicar eventos, fenômenos, etc dentro de uma lógica mágica. Nao são contos, são verdadeiras versões da realidade.
'Bora então entrar nesse terreno. Vamos começar com os contos populares, depois caímos nos mitos e lendas? Esse pode ser um caminho, mas se a gente quiser, como sempre, muda no meio! =)

Claudia Souza disse...

Ha ha ha minhas "explicações" tão com cara de Wikipedia, né?

Cibbele Carvalho disse...

Tô adorando a minha Claupédia...E as fábulas, Clau? Os contos brasileiros são cheios de moral, como nas fábulas, né? Esses dois daqui do Quintarola têm...tanto o Festa no céu quanto o Romãozinho...

Claudia Souza disse...

Fábulas são aqueles contos com animais, direcionados a transmitir uma mensagem clara e geralmente única. Esopo e La FGontaine são os maiores representantes, mas na literatura popular brasileira tem muitos contos-fábula também, com os animais da nossa fauna. A diferença é que as fábulas são mais lineares, sem trama, sem enredo, já os contos populares são mais intrincados. Na verdade, a gente poderia dizer dos contos populares que eles trazem sabedoria popular, não necessariamente uma moral, como nas fábulas. A lição é direta, mas é mais complexa por causa da trama. Tipo a onça e o bode, o pulo do gato e outros. Já os contos de macacos são quase sempre contos de esperteza.

Claudia Souza disse...

Em tempo: outros pesquisadores adotam outras categorias: os contos de medo, de encantamento, de assombro, de amor. Eu prefiro aquela mais geral, nas quais essas são especificidades. Exemplo: os contos de medo, de assombro e de encantamento são sub-categorias dos de peleja. Os de amor podem ser ou de origem, ou de esperteza,e por aí vai.

Cibbele Carvalho disse...

É uma classificação mais temática né,Clau. Tem lá as suas limitações.

 
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