terça-feira, 16 de março de 2010

Jogos de mesa e competição


Sempre gostei de jogos de mesa. Os velhos e bons War, Combate, Banco Imobiliário, Imagem e ação e Master nunca faltaram na minha casa, além é claro do xadrez, do dominó, das damas e do baralho. Porque eles são uma combinação interessante entre sorte e habilidade. Quando trabalhei como psicopedagoga clínica também usei muito esses jogos como instrumento de descentração do pensamento das crianças, bem como de ativação das estruturas cognitivas. Mas nunca deixei de levar em consideração o caráter lúdico deles; jogo não pode ser "sério". Embora até sejam úteis, fundamentalmente um jogo serve pra brincar.

Por isso que, dependendo do modo como são usados, prefiro passar longe.

Quando faço visistas em casa de pessoas pouco conhecidas, por exemplo, ou em festinhas de família, fico torcendo pra não ser convidada pra jogar, porque se tem uma coisa que detesto é “jogo sério”. A dinheiro então, deus-mi-livre. Me divirto pouco quando o objetivo (dos outros) é vencer.

Os jogos de mesa me fazem pensar na velha questão do antagonismo VS agonismo, tão presente nas atividades esportivas, nas competições. No antagonismo o outro vira necessariamente um inimigo a ser derrotado. Eu jogo CONTRA alguém. Já no agonismo eu jogo tentando superar a mim mesma, fazer o meu melhor. O outro é um adversário leal que me estimula dentro da competição. Vencer não é o único objetivo: joga-se também pra colocar-se em jogo, pra interagir, pra experimentar as boas sensações de competir, pra brincar. Lembrando que brincar é sério, mas sem a pretensão de ser "sério".

Muita gente se diverte mais com o antagonismo que com a competição em si, e essa é a chave do sucesso de vários esportes. Outros preferem evitar as atividades competitivas e dedicar-se só aos jogos de colaboração (que têm o componente lúdico como objetivo central). Mas dá pra fazer o meio-termo, não dá? Competir pode ser bem bacaninha também. E os jogos de mesa podem ser uma excelente dica pra quem quer competir em tom de brincadeira, ou seja, pra quem quer praticar o agonismo. É só olhá-los com esses olhos.

_Claudia_

3 comentários:

Cibbele Carvalho disse...

Nó, Clau, taí...eu sou uó em alguns jogos justamente porque me falta...antagonismo, aprendi agora...No War, coleciono pecinhas de defesa e cuuusto a atacar...No Xadrez também sou super defensiva...Acho as perguntas do Master super enciclopédicas... Mas, no Imagem em Ação, sou ótima! No dominó e no Gamão também...Acho que é porque esses dois últimos são menos bélicos...

Claudia Souza disse...

Eu também sofro desse mal, Ci. Me sinto suuuuper desconfortável quando me colocam como antagonista, não sei mesmo, me atrapalho toda! E isso no "jogo da vida" também. Deve ser mal das escorpianas! =P

Claudia Souza disse...

A propósito do Master, as perguntas são ridículas, aí que tá a graça do jogo!

 
BlogBlogs.Com.Br