sábado, 26 de setembro de 2009

Crianças educadas em casa

Mãe profissional Picasso Pablo Picasso

O supra-sumo do profissionalISMO materno taqui. Isso é que é querer-ser LITERALMENTE mãe profissional. (Uma curiosidade: não se tem notícia de pais que assumem essa função, é coisa de mãe mesmo, mesmo que a idéia seja do pai).

O que vocês acham? Posso estar errada – e adoraria ver opiniões diferentes – mas tendo a pensar que a Escola vai mal, mas não é nenhum monstro ao ponto da gente (leiga!) ter de segurar as crianças em casa e virar professora, sem formação pra isso. Acho maluquice. Onipotência demais achar que tudo que seus filhos precisam está em você. E seus derivados: achar que eles são incapazes de resolver suas questões em outros ambientes que não o familiar, querer transmitir conhecimentos para os quais não recebeu formação específica, pretender preservá-los dos sofrimentos normais da vida, etc.

Pra mim (sem contar as coisas todas de socialização, institucionalização, Educação Formal e especializada, etc), a melhor coisa da Escola é meu filho ter outros adultos de referência além de mim e de meu marido.

PS.: Muito diferente o caso de famílias (por exemplo, nômades) cujos filhos não podem acompanhar o calendário escolar e portanto participam de programas de educação a distância.

PS2: O link me foi gentilmente mandado pelo Ed Siqueira.

_Claudia_

8 comentários:

Cibele disse...

Ôpa! Complicado, heim! Sem dúvida tem essa perda na diversidade de referências e na socialização. Se as mães começam a se organizar para criar pequenos grupos, de certa forma já estamos fora da família e mais perto de uma cooperativa, por exemplo...Também não me convence não...mas mostra como a escola tem perdido por não se aproximar das famílias...

E olhando como mãe...além dos prejuízos dos filhos, que canseira, heim! Qualidade total na vida doméstica. cansei só de ler...ufa!

Cibele disse...

Sil, está rolando uma descrença geral nas instituições, né? Pensa...parto em casa, escola em casa, conheço um senhor que simplesmente resolveu abrir ma igreja pra ele. Um mundo de poucas certezas, poucas unanimidades, o fim dos fenômenos de massa...Agora uma coisa é certa, superada essa crise, qualquer agrupamento exigirá muita negociação.

Claudia Souza disse...

Pois é, Sil (ok, ficamos íntimas via Cibbele ha ha ha)essa questão é mais complicada que parece. Porque no fundo me parece "um giro de 360 graus", ou seja, as coisas que deveriam ser mudadas com a mudança, na verdade não mudam. Tem todas essas coisas mesmo que você falou, não dá pra garantir a melhor ou pior formação de ninguém, maaaas... ai ai. Dá pano pras mangas, vamos ver o que as outras pessoas dizem. Beijão!

Claudia Souza disse...

Cibbele Carvalho e Silvia Falqueto (não é chique? ha ha ha), eu também fico pensando nessa coisa da descrença nas instituições e no retorno do eu-comigo-mesmo (que eu pessoalmente também amo, Sil). Tendo a pensar que, em termos de conteúdo, não é que se perca muito mesmo não, porque o mundo tem muito conteúdo que uma criança munida de boas ferramentas pode descobrir. O que "pega" pra mim é outro tipo de formação, uma formação em didática mesmo, de como estimular e às vezes até ensinar certas ferramentas... Mas o mais importante (isso eu acho grave!) é a mistura do papel de mãe e professora, em termos profissionais mesmo. Se a mãe se coloca como mãe que dá diretrizes educacionais é uma coisa (como a mãe do Gaudì, por exemplo);colocar-se no lugar de professora dos filhos já acho meio complicado. Agora, que é uma mensagem pra escola, isso é. Do que vi até hoje, só a Escola da Ponte (sem querer idealizar, sei que tem muitos problemas) responde às minhas expectativas de como administrar socialmente a construção de conhecimento. A instituição escola é uma coisa inventada, não é a única solução. Mas aprisioná-la dentro da família também não!

amigas disse...

ó, eu vou dar um depoimento de quem tem experiência em ensinar, em casa e a filho: santo de casa não faz milagre. E eu sou boa, boa professora, consigo ensinar meus filhos e tenho uma relação ótima com eles. Mas não gostaria de fazê-lo permanentemente.Não dá certo nem em termos pedagógicos nem socializantes e é um desgaste emocional que mãe nenhuma merece. Não! Ensinar em casa só em emergência e de preferência com outro professor, não eu.

Denise disse...

Sil, Ci, Clau (posso te chamar de Clau também?:-),
Eu cheguei seriamente a pensar no assunto com minhas filhas. Pra falar a verdade, mais com minha filha mais nova, porque vi que estava pagando muito caro por um serviço que (acho que) poderia fazer bem. Minha idéia era experimentar por 6 meses iniciais e fazer um esquema tipo cooperativa com outro pai e seus 3 filhos, além de outras pessoas pra orientar o estudo/pesquisa.
O motivo inicial foi econômico, mas realmente acho que seria uma experiência interessante para todos. Só que diante da inconstitucionalidade da coisa aqui no Brasil, eu desisti. Não vou expor meus filhos a isso. E também estava preocupada com a questão do contato diário delas com outras crianças e adultos e a convivência com pessoas mais diferentes.
Acabou que decidi colocar numa escola mais barata e mais perto, a partir do ano que vem. A escola nova é bem mais tradicional do que onde elas estudam atualmente e estou curiosa para ver como vai ser a adaptação aos novos (ou seria velhos?) métodos. Também estou bem animada com o fato de que elas vão estudar com pessoas de outras classes sociais. Tô achando que vai ser uma experiência bem educativa.

Cibele disse...

Ei, Mani, que bom vc por aqui...eu fico pensando como filha também...minha mãe é sensacional, mas deus me livre ficar em casa com ela no lugar de ir pra escola. A escola é um lugar em que dá pra gente fugir um pouco dos papéis familiares, né?

Ei, Dê, depois volta pra contar da adaptação na escola perto de casa.

Claudia disse...

Opa! Esse post resolveu se movimentar de novo, eba! Dê, pode me chamar de Clau sim, amigas da Cibbele são minhas amigas também! =)
Bem-vindas você e a Mani ao Quintal, viu? Muito legais os comentários de vocês, é bom ver as coisas ditas em primeira pessoa!
Beijos!

 
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