sexta-feira, 3 de abril de 2009

35 vitórias e os jogos gráficos

Lembram do 35 vitórias? Ondjaki me descreveu a brincadeira por e-mail assim:

Muitas regras, joga-se na areia, com desenho no chão, e basicamente a pessoa tem de dar 35 voltas sem ser atingido por uma bola de trapos, pequena, que normalmente é atirada pelos jogadores ‘inimigos’ a uma incrível velocidade e pontaria.... Jogo normalmente feito por meninas, mas alguns meninos também jogavam, no intervalo das aulas.... No suor dos dias...... No tempo entrecortado entre sonho e encantamento....... Em Luanda....... Na escola Ngola Kanini............ Era no tempo da 5ª classe............”

Pois então, me lembrou um pouco a queimada e os jogos de desenhar no chão, como amarelinha, amarelinha do caco, caracol, que são conhecidos por jogos gráficos.

Alguns antropólogos acreditam que os desenhos gráficos dessas brincadeiras reproduzem estruturas de templos e que as brincadeiras são originadas de atividades adivinhatórias...

Eu adoro essa hipótese (hipótese não é uma ideia pela qual a gente se apega de algum jeito?), mas me lembrei de um professor dizendo que em 3015, os antropólogos vão achar um vaso sanitário e identificá-lo como parte de um templo onde uma tribo ritualizava depositando oferendas aos deuses...

É clássica a disputa entre filósofos e antropólogos...psicólogos e sociólogos...mas quem falou que a gente tem de escolher?
_Cibbele_

5 comentários:

Claudia Souza disse...

Amarelinha em Portugal se chama "Macaca". Por que será?

Claudia Souza disse...

Essa brincadeira me lembrou um monte de outras... Parece que todas são entrelaçadas.
Essa coisa dos "logos" é engraçada, é aquela história dos 200 cegos definindo o elefante, né? :-))

cibele disse...

Em alguns lugares do Brasil tb se chama macaca...não sei por que não...sei que amarelinha veio do francês marelle e aqui em Minas, em alguns lugares é maré.

Anônimo disse...

Esse povo que os antropólogos citarão no futuro são os nacirema (american). Uma parte do texto diz assim ..."Embora cada família tenha pelo menos um de tais santuários, os rituais a eles associados não são cerimônias familiares, mas sim cerimônias privadas e secretas. Os ritos, normalmente, são discutidos apenas com as crianças e, neste caso, somente durante o período em que estão sendo iniciadas em seus mistérios.". Apego à forma e chás de ayahuasca fazem isso com os antropólogos mesmo...rs. J.

Cibele Carvalho disse...

Genial, J.! Possivelmente o meu professor citou esse texto, mas já fazem mais de dez anos...só me lembrava mesmo da idéia...

Download do texto na íntegra aqui:
http://matheuszeuch.com/uploads/2007/03/ritos-corporais-entre-os-nacirema.pdf

 
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