quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sobre monstros e saltos altos - dois livros infantis


Um post para falar de dois livros infantis (Na verdade, duas séries de livros) pelos quais me apaixonei já no finalzinho do ano passado:
1)Onde Vivem os Monstros

Clássico da literatura infanto-juvenil dos anos 60, causou furor depois de ter sido lido por Obama para crianças americanas na Casa Branca. Publicado com esmero pela Cosac e Naify, a obra de Maurice Sendak chegará em janeiro nos cinemas. Adorei e mal posso esperar para ver Max na telona. Sem falar que o filme é de Spike Jonze, o mesmo de Quero ser John Malkovich.

Meu afilhado me pediu para ler várias vezes seguidas e meu filho pede para a irmã ler todas as noites o livro do monsto. Sucesso entre marmanjos e pequerruchos.

2) Nique Toda Chique

O livro de Janne O´Connor é sobre uma menininha, nada básica. Pra ela mais é mais mesmo e menos é muito pouco. Chiquérrima, ela é uma alegoria das meninas por volta dos 3, 4 anos e seus sonhos de princesa, embalados em papel cor-de-rosa com poás. Poderia ser brega, mas não é. Poderia ser superficial, mas não é. Nique toda chique é divertido e inteligente.





_Cibele_ tomando coragem para desarmar a árvore de Natal

2 comentários:

Luiz Carlos Garrocho disse...

Que boa dica para ler nas férias com o meu pequeno!

E como dizem Negri e Hardt em Multidão: temos de preservar os monstros.

Eles são o olhar de esgueira sobre toda sociabilidade que se transforma em prisão.

E não é por isso que criança adora monstros?

Valeu.

Cibele disse...

Garrocho,

Primeiro pensei que talvez não fosse o caso de preservá-los, já que é impossível extingui-los. Mas, em seguida, pensei que a ameaça de extinção dos monstros é que os faz crescer de uma forma destruidora. Os monstros se apresentam dentro de um paradoxo muito intrigante _ eles convivem bem conosco e fazem parte de nós mesmos, desde que tenham nomes e sejam de alguma forma vividos, cultivados, visitados porque na negação ou no abandono é que eles crescem de um jeito tal que se assemelha à barbárie. Né não?

Negri e Hardt não li, mas o Deleuze usa a imagem do monstro também, não? Sem falar no Leviatã, um dos meus maiores pesadelos de infância...

 
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