quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A infância...de idílica a onírico-pesadelídica



É cada vez mais comum na produção cultural o casamento entre o terror e a ingenuidade. Dos contos de fadas de Tim Burton, passando pelas obras da artista plástica argentina Flávia de Rin, o fato é que o lado mais sombrio da infância resolveu mostrar suas garras. Até mesmo o Spike Jones já afirmou sobre o recém lançado "Onde Vivem os Monstros" que se trata de um filme sobre a infância, mas não para crianças. Sem falar no esperado Alice no País das Maravilhas do mesmo Burton.


O Estranho Mundo de Jack (1993), A Noiva-Cadáver (2005) e a Casa Monstro (2006), Os Fantasmas de Scrooge (2009) passeiam desavisadamente nas prateleiras de filmes infantis das locadoras. Digo desavisadamente não porque ache que o limite entre o infantil e o não-infantil seja muito definido, mas porque são filmes que podem assustar verdadeiramente algumas crianças. "Definitivamente não é um filme infantil" é o que mais se ouve por aí. Não iria tão longe. Melhor seria assistir ao lado, preferencialmente já tendo assistido antes. Às vésperas da minha mudança, resolvi vetar o Coraline por aqui, mas pretendo liberá-lo tão logo tudo volte ao normal.

As relações da infância com o terror rendem muito assunto e dizem da necessidade social de preservação dessa idéia, dessa construção histórico-social que é a infância. É só pensar nas adaptações dos contos dos irmãos Grimm e em como as histórias folclóricas de medo foram sumindo da nossa cultura.

No terreno da mais pura opinião, ainda temo que esse confinamento cultural custe caro e gosto de observar como cada criança lida com seus próprios monstros.

E vocês, mostraram ou mostrariam esses filmes aos seus filhos e alunos?

***
Nesse blog, uma monografia de duas alunas de comunicação social da PUC Minas sobre Tim Burton.

***

Cibele

2 comentários:

Luiz Carlos Garrocho disse...

Pois é, sou fã do Tim Burton. E sempre levei meus filhos para assistir, na primeira fila!

O Estranho Mundo de Jack foi visto e revisto (por mim, acompanhando duas gerações!

Os monstros no cinema, então nem se fala... E sou apaixonado por Desastres em Série.

Acho que a questão, amigas de quintal, não é a do terror. Mas sim, como disseram, do sombrio...

Precisamos dos monstros! Aliás, tem um trecho no livro Multidão do Hardt e Negri, que versa justo sobre a importância dos monstros. Acho que já falei disso...

A Casa Monstro é mais moralista. É comum, no estilo cinema americano. Não tem nada de monstro...

Mas Coraline e Noiva Cadáver sim, já são mais interessantes. E tem um livro interessante, acho que se chama Lobos nas paredes, ou coisa assim. É ótimo.

Os monstros ficaram ao lado do Mal no estilo do cinema comercial. Depois, chegaram a se tornar graciosos: A Família Adams... e por fim, tornaram-se nossas melhores companhias nesse mundo cruel, falso e hipócrita. As crianças sabem muito bem disso: protejamos os monstros!

Abraços

Cibele disse...

Tb adoro os filmes do Tim Burton! Dos filmes que citei, censurei por ora o Coraline (que é maravilhoso, né?). O Fantasmas de Scrooge a Ciça viu com a condição de sair do cinema se desse medo demais. Viu em 3D e adorou! A Casa Monstro já bateu medo demais, ela não conseguiu ver...assim como quis parar a leitura de Histórias da Tia Anastácia. Mas ela não é quase nada medrosa...e sabe até onde pode ir...Já o meu caçula tem se mostrado bem mais impressionável.

Essa história do Lobo não conhecia, não...Olha que entrevista legal:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG75946-5856,00.html
Deu vontade de comprar...

E o site do cara:
http://www.neilgaiman.com/

E o blog em português:
http://neilgaimanbrasil.net/

 
BlogBlogs.Com.Br