Quase um mês depois, fica mai fácil falar. O desmame do pequeno Samuel foi bem mais tranqüilo do que eu imaginava. Serviu pra por abaixo dois mitos: 1) de que o desmame tardio é mais difícil e 2) de que criança amamentada no peito é mais dependente emocionalmente.
Foram três noites de acorda-conversa-volta-pro-berço e três dias explicando que o leite acabou.
Só no fim consegui chorar ao ver um sachê do chá mamãe-bebê. Não de tristeza, mas de emoção ao ver como é bonito ver filho crescendo!
_Cibele _
sexta-feira, 19 de junho de 2009
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15 comentários:
Quando a mãe desmama "com a alma"... aliás, tudo que a mãe "faz com a alma" funciona tranquilamente, porque faz do jeito dela, por inteiro, na hora dela e da criança. A mãe tem um pacto com a criança que só os dois conhecem, e que só o pai tem acesso. Desmame é coisa da família. Parabéns, Ci,à tua família por mais essa conquista. Em italiano criar filho se diz "crescere figlio"... legal isso, né? É bom mesmo!
Crescere figlio...bonito...
Tem razão, Clau! Olha que legal...antes da decisão racional vem a vontade, né? E a minha vontade de desmamar já vinha me fazendo pular umas mamadas e com isso, o leite foi diminuindo. Leite diminuindo e a paciência do Samuel também...Assim foi que os dois, bem devagarinho, já estavam caminhando para o desmame sem nos dar conta. Quando a decisão veio, foi só a cereja do bolo. Pá...pum!
Uma amiga sem filhos lendo esse post pensou...3 dias 3 noites e você achou fácil??? Hahahahaha...um dia a gente conta sobre o desfralde, tirar mamadeira, bico, enfim...
A questão é que na vida do bebê vale aquela Lei de que "nada se perde, tudo se transforma" ha ha ha - isso é Lavoisier, né? Esqueci.
Mas enfim... a gente acaba qe não tira nada, vai só substituindo por outras etapas. Tipo, a fralda pela cuequinha/calcinha, a mamadeira ou o peito pelo copo, etc... Tudo vai se transformando e se for feito junto, sai bom.
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Eu pra desmamar o Davi fui muito "lógica". Pensei: mamar no peito é coisa de quem tá na horizontal. Foi pra vertical, dei o copinho, aqueles com um bico, e disse: Da, você cresceu, não precisa mais do peito da mãe. Tem um leite boooom aqui dentro, ó! E era leite de soja ha ha ha Mas ele topou, acho que porque via os coleguinhas tomando naquele copo. Foi vapt vupt, sem dramas. Passou uma semana, me deu nostalgia, mas aí pensei se estava querendo outro bebê porque aquele já era, tinha caído no mundo!
Quando o Samuel andou eu tive essa sensação também, de que mamar era coisa de bebê. São sinais importantes, né Clau? Não acho que seja incompatível andar e mamar no peito, mas acho que é um sinal, que vai apontando pra outro lugar...
Outra coisa que eu fiquei pensando sobre a idéia de que a criança que mama no peito é "dependente" é que o desmame tardio, em geral, leva a criança do peito ao copo. O desmame precoce leva a criança do peito a mamadeira. E na mamadeias, em geral, as crianças ficam por muuuito mais tempo que os 2 anos recomendados pra amamentação.
Ci, vamos separar o joio do trigo. A OMS recomenda 2 anos de amamentação no peito pros países pobres, onde as mães não têm outras fontes de alimentação tão saudáveis. Aqui na Europa, por exemplo, a recomendação da mesma OMS é de 6 meses. Em termos fisiológicos é suficiente pros anticorpos, etc etc etc. Depois a alimentação balanceada resolve.
Também não acho que seja incompatível mamar no peito com andar não, mas eu pessoalmente achei esquisito, não quis, era já outra fase, queria que ele "voasse" de mim rsrs. E também, claro, notei que ele estava querendo outro tipo de coisa, andava já curioso pelo copo. Isso foi com 1 ano, já tinha um grupo de referência e nunca usou mamadeira, foi direto pro copo. Acaba que não foi tardio nem precoce, foi na nossa hora, sei lá como eu sabia disso ha ha ha mas a gente sabe, a gente sente, é da ordem do desejo mesmo.
Sobre a mamadeira, acho que devia ser usada só se a mãe não amamentar no peito,como substituta técnica mesmo quando o bebê não sabe usar o copo, depois não tem sentido. Uma criança já na vertical não precisa de taaaanto leite assim, faz até mal, enche e ele precisa comer outras coisas boas. O copo também ajuda a treinar a engolir, fortalece os músculos da face e isso ajuda até na linguagem. Mamadeira é fácil demais! Coisa de bebê ha ha ha Ó eu.
Clau,
Esse é um assunto bem controverso. A motivação inicial da OMS era mesmo diminuir a mortalidade, o que fez os países pobres serem os primeiros alvos das campanhas de amamentação. Recentemente, vários estudos apontam as vantagens da amamentação para além da diminuição da mortalidade e das questões nutricionais. Na Europa, vários países entraram pra agenda da amamentação, mas isso, acho ainda será construído.
Até seis meses é a indicação para amamentação exclusiva. Há quase uma unanimidade entre os profissionais de saúde em reconhecer o ser humano como lactante até os 2 anos. Se culturalmente, isso cola, aí são outros quinhentos. Além das vantagens do leite materno, há a vantagem em retardar o encontro com o leite de vaca. O leite de soja, embora seja uma opção, também vem sendo criticado. Outro indício da idade de lactância do ser humano é até quando ele produz lactase. Enfim...estou arriscando alguns dados científico que estão longe de ser a minha praia. No fim, acho que a cultura é fator decisivo nessa coisa toda, cercada de tabus e desentendimentos, e que agimos numa coordenada entre nossas convicções pessoais e a realdade colhendo, par isso, referências cintíficas por aí. E elas são vááárias. Defendidas com unhas e dentes por cada parte interessada.
Sobre o copo, Clau, não dá pra substituir peito por copo em bebês de 4, 5, 6 mees, não...Aí entra a mamadeira. Chamei de desmame tardio o desmame depois dos 6 meses.
Fim do testamento...hahahaha
Olha só, eu também estou arriscando dados científicos que li e reli por aí ha ha ha Mas vou procurar dados mais oficiais. Porque tinha entendido que a orientação da OMS aqui não é de amamentação exclusiva não, mas de amamentação de um modo geral... Aqui na Itália (e que eu sei na França, Suiça, Portugal...) todo mundo defende isso e eu vivo dizendo que acho 6 meses pouco demais. Já tem muita gente dizendo inclusive que beber leite depois de ser amamentado é invenção da humanidade (não existe nenhum animal que o faça naturalmente) e que não faz bem, com o que não deixo de concordar. Até porque sou intolerante ao leite de vaca, como Davi, e só uso o de soja. Ele usou o de soja porque era muito forte a reação que tinha, hoje já toma o de vaca, mas pouco, senão passa mal. O médico insistiu no de vaca pelo crescimento... Enfim, o resto concordo tudinho com você, a partir do teu "no fim..." rsrsrs
E sobre o copo, claro, né, eu disse que a mamadeira deveria substituir até o ponto em que a criança fosse capaz de usar o copo.
Desmame tardio é depois de 6 meses... boh! Acho pouco pra ser tardio, não é não? ha ha Tardio pra mim seria 2 anos ha ha ha
Agora, ESTRITAMENTE do ponto de vista psicológico, amamentar depois de tipo 1 ano já tem outras "franjas" mais complicadas. Que tem de saber administrar bem. Mas isso seria sim assunto pra um testamento ha ha ha
Nós duas somos duas piadas. Além de escrever os posts, ocupamos metade das caixas de comentários ha ha ha Mas eu A-MO conversar furado com você, Cibbele!
Ô..fiquei curiosa nessas franjas...
E pior é que são 9 comentários graaaandes...hahahaha
Ainda bem que a gente fez um blog em vez de trocar telefones...
Momento Loves in the Air...ô sócia, eu tb A-MO prosear com vosmicê!
Ha ha ha Telefone daqui praí não ser fácil pra tanto bla bla bla
As franjas... será que dava outro post? Mais pra frente,porque temos outros assuntos "na fila". Mas pra adiantar, tem a ver com a questão do erotismo, no sentido amplo da palavra. O reflexo de sucção vem acompanhado de erotismo desde o nascimento, mas até um certo ponto o que prevalece é a alimentação. Depois de um certo ponto (que dizem os psicanalistas ser coincidente com a marcha) começa a prevalecer o erotismo,ou seja, a criança não mama mais pra se alimentar mas pra obter satisfação de suas pulsões orais. Esse seria o momento "ideal" pro desmame, pois ele seria um incentivo a que a pulsão oral fosse levada para-além da mãe, pro mundo, pras coisas, pras outras pessoas. Mas isso tudo, claro, é como EU interpreto todas as teorias que li/estudei. Outras pessoas podem interpretar diferente e é sempre bom não ser a única interpretação possível.
Ahh, outro detalhe importante (e aí já vamos pro 12º comentário "interno" ha ha ha é que isso não quer dizer que as crianças amamentadas depois do "certo ponto" sejam mais ou menos "dependentes". As pessoas confundem um pouco satisfação de pulsões com dependência.
Acho muito interessante o Quintarola, não pelos motivos óbvios particulares (alguém vai entender). Tanto que ando recomendando sua leitura a muita gente. Talvez impulsionado pelo fato de ser homem, pai de quatro filhos, e que tem certeza de que procurou fazer o melhor por todos eles, sinto necessidade de dar meu pitaco no blog de vocês. O melhor aqui significa alternar interferências importantes com outras nem tanto e outras de nenhuma valia. Sou irmão de 5 mulheres, tenho três filhas e acho que sei bastante do universo feminino. Mas sei muito do universo masculino, é evidente. Exatamente por isto não gosto do dizer: "os homens são assim" ... "as mulheres são assim".
Tudo isto como introdução para dizer uma coisa super simples. Não vejo nada no blog de vocês que se refira ao papel do pai na vida das crianças. Parece seguir uma coisa cultural que faz o dia das mães ser mais importante que o dia dos pais.
Por fim, não vale comentar que estou apenas com dor de cotovelo... pode ser que acertem.
Eu achei a crítica excelente. Anotado! Vai virar um ou vários posts. É urgente mesmo falar do papel do pai, que pelo menos socialmente, vem mudando tanto. Esse silêncio coloca os pais num não-lugar, não é?
Ei, Maurício, também achei muito bom você falar isso aqui. A gente se explica dizendo que o Quintarola é um blog meio pessoal, até meio hormonal rsrs partindo de duas mulheres/mães. Mas não justifica, 'tamos mesmo devendo aos pais,como disse a Cibbele, alguns posts sobre o que significa exercer a paternidade. Já convivi com pais o suficiente pra saber um pouco "da dor e da delícia" do lugar - mas você tem toda razão! - ninguèm É isto ou aquilo. Vamo' pensando juntos e volte sempre pra pitacar aqui no nosso Quintal.
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